Nova forma de dominação ou cena potente? Uma análise das relações entre Juventude e Ação Cultural na Periferia Urbana Brasileira.
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v0i5.10367Resumo
O objetivo deste artigo é investigar, a crise da dicotomia centro-periferia associada a emergência de iniciativas culturais na periferia urbana brasileira, estimuladas por políticas do Ministério da Cultura (MinC). A dicotomia centro-periferia desenvolvida na América Latina como uma tentativa de explicar o crescimento acelerado/desorganizado e o lugar das classes populares afastadas da possibilidade de moradia perto do núcleo da metrópole, sofreu diversas mudanças ao longo dos últimos 50 anos. A investigação dessas mudanças e a consideração renovada dos atores sociais, nos leva a notar a emergência de uma produção cultural juvenil periférica e a consequente descompressão do imaginário legado a essas regiões, ligados exclusivamente ao precário em suas variadas dimensões. O que modifica, inclusive, a cena política, com questões e demandas diferentes das tradicionais. Pretende-se aqui analisar a efetividade dessas políticas na reprodução social da “juventude periférica” brasileira, tomando como caso específico a análise sociológica realizada através do contato com jovens de Nova Iguaçu/RJ. O foco central é a produção de análises que avancem no entendimento do que se modifica e/ou permanece com relação à periferia urbana/juventude nos níveis conceitual e contextual, em sua face progressista e perversa, dado a multiplicação de diferentes expressões urbanísticas e socioculturais nestes espaços das metrópoles.
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