Identidade e ethos conservador na política cultural. Estudo comparado França- Brasil.

Autores

  • Marina Ramos Neves de Castro Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v0i14.10482

Resumo

O artigo discute o ethos identitário das políticas culturais conservadoras, observando as práticas de controle e disciplina da identidade pelo Estado. A reflexão é realizada com base numa perspectiva comparada, observando a conformação histórica das políticas culturais da França e do Brasil. Embora o interesse maior seja o caso brasileiro, a França constitui um elemento de comparação instigante, em função de seu pioneirismo no desenvolvimento de políticas culturais e da influência desse modelo sobre o Brasil e outros países. O artigo encontra duas dimensões estruturantes desse ethos, uma tendência à centralização e, outra, à institucionalização. Essas duas tendências visam, historicamente, ao mesmo objetivo: o processo de promoção e de consolidação do Estado, elemento catalizador da política, na dinâmica de consolidação do Estado moderno.

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Biografia do Autor

Marina Ramos Neves de Castro, Universidade Federal do Pará

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará, com estágio doutoral realizado no departamento de Antropologia do Univesity College London, Universidade de Londres. Mestre em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da UFPA e mestre em Études des Societés Latino-Americaines pela Université de Paris 3 (Sorbonne Nouvelle). E-mail: mrndecastro@gmail.com

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Publicado

2018-05-21

Como Citar

Ramos Neves de Castro, M. (2018). Identidade e ethos conservador na política cultural. Estudo comparado França- Brasil. PragMATIZES - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura, (14), 203-218. https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v0i14.10482

Edição

Seção

Dossiê 14: Práticas socioculturais, patrimônio cultural e territórios