Apropriação do patrimônio cultural na região portuária do Rio de Janeiro: políticas culturais entre a territorialidade e a exploração
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v0i14.10483Resumo
O artigo se debruça sobre diferentes agentes e ações de política cultural que disputam, no contexto do projeto Porto Maravilha, os discursos e práticas acerca da cultura na Zona Portuária da cidade do Rio de Janeiro. Nesse sentido, coloca em discussão as diferentes lógicas que operam a apropriação do patrimônio cultural materialmente situado ou simbolicamente referido na região: de um lado a lógica da territorialidade que, atuando em diversas escalas, é marcada pela apropriação simbólica, pelo sentido de pertencimento (diferente de propriedade) e pela produção de bens comuns urbanos; de outro a lógica da exploração, marcada pela apropriação privada do capital simbólico coletivo produzido por grupos culturalmente subordinados em políticas culturais promovidas por e para grupos dominantes. Para tanto, parte-se de um entendimento ampliado acerca das políticas culturais, reconhecendo suas diferentes esferas de produção (institucionais ou não, do Estado ou da sociedade civil), sem ignorar a posição privilegiada que o Estado – e a coalizão de poderes e favor da qual opera – detém na disputa pela legitimidade da expressão das diferentes culturas que o espaço urbano reúne.
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