Violência e crime em Luiz Alfredo Garcia-Roza: um misto de policial e psicanálise
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v10i18.40251Palavras-chave:
Violência, crime, medo, subjetividades criminaisResumo
Resumo
No presente artigo, pretende-se mostrar que o Romance policial contemporâneo na produção ficcional do brasileiro Luiz Alfredo Garcia-Roza (1936-) utiliza as técnicas da literatura policial para indicar os sintomas do mal-estar cultural que atinge o sujeito ficcional, transformando-o em verdadeiras subjetividades criminais – metáfora do indivíduo de hoje. Em suas narrativas – situadas nos anos de 1990 até os dias atuais – o autor, num misto de literatura e psicanálise, considera que, em meio a uma sociedade culturalmente ‘esquizofrênica’, temáticas ligadas a crimes, mortes e outros tipos de violência, predominantes na América Latina no século XXI, encontram solo fértil em narrativas policiais da atualidade. Atentando para o cenário caótico e desajustado onde as tramas de Garcia-Roza se inserem, nosso corpus será constituído pelos romances O silêncio da chuva (1996), e Espinosa sem saída (2006). Neste constructo discursivo em que o mundo aparece como palco, o detetive Espinosa – o protagonista de Garcia-Roza – emerge como uma das subjetividades literárias perdidas que não encontram respostas para os questionamentos, descontruindo a noção de totalidade e infalibilidade do investigador das narrativas clássicas de enigma. Afinal, na visão do próprio romancista, a essência de todo crime constitui-se como algo irrevelável, impenetrável e inescrutável.
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