Minority Report e o governo da distopia algorítmica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v10i19.42292

Palavras-chave:

Capitalismo de Vigilância, Governamentalidade algorítmica, Distopia, Ficção Científica, Philip K. Dick.

Resumo

Tendo como objetivo refletir sobre o ideário de vigilância e de livre-arbítrio frente às tecnologias digitais nas últimas duas décadas, analisaremos as encruzilhadas de ambivalências sintetizadas no dispositivo Pré-Crime criado em Minority Report, conto de Philip K. Dick publicado em 1956 e adaptado para o cinema por Steven Spielberg em 2002, como uma figuração literária de impasses também capturados conceitualmente em noções como “capitalismo de vigilância” (ZUBOFF, 2019) e “governamentalidade algorítmica” (ROUVROY E BERNS, 2013). Em meio ao labirinto conceitual derivado de um cenário novo e dinâmico, podemos voltar o olhar para a ficção científica à procura de exercícios de imaginação especulativa consistentes que tentem mapear, por meio da construção de universos ficcionais futurísticos alternativos à nossa realidade, alguns dos dilemas que constituem a nossa experiência presente. Assim, leremos o conto Minority Report como uma tradução formal de impasses e uma construção ficcional na qual utopia e distopia podem ser lados da mesma moeda (LARREGUE, WANNYN e DARTIGUES,  2019).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

ana elisa sobral caetano da silva ferreira, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Doutoranda em Linguística (UFSCAR); Mestra em Educação (UFSCAR); Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP)

Marcelo Cizaurre Guirau, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP). Pós-doutorando na Universidade de São Paulo (USP).

Referências

ADORNO, T. W. As estrelas descem à terra: a coluna de astrologia do Los Angeles Times: um estudo sobre superstição secundária. São Paulo: Editora UNESP, 2008. Tradução de Pedro Rocha de Oliveira.

BOTELLO, N. A América Latina e o apocalipse: ícones visuais em Blade Runner e Elysium. In: BRUNO, F. et al. Tecnopolíticas da Vigilância: Perspectivas da margem. Tradução Antonio Holzmeister Cruz e Bruno Cardoso. São Paulo: Boitempo, 2018 [2015].

DEBRAY, R. Transmitir: o segredo e a força das idéias. Petrópolis: Vozes, 2000 [1997].

DEBRAY, R. Civilization: How We All Became American. New York: Verso, 2019.

DICK, P. K. Realidades adaptadas: os contos de Philip K. Dick que inspiraram grandes sucessos do cinema. São Paulo: Aleph, 2012. Tradução Ludimila Hashimoto.

DONEDO, D. e ALMEIDA, V. O que é governança de algoritmos In: BRUNO, F. et al. Tecnopolíticas da Vigilância: Perspectivas da margem. Tradução Antonio Holzmeister Cruz e Bruno Cardoso. São Paulo: Boitempo, 2018 [2016].

DRESSEL, J. e FARID, H. The accuracy, fairness, and limits of predicting recidivism <https://advances.sciencemag.org/content/4/1/eaao5580>

FINN, E. What Algorithms Want: Imagination in the Age of Computing. Cambridge: MIT Press, 2017.

HARARI, Y. Homo Deus: Uma breve história do amanhã. São Paulo. Companhia das Letras, 2015.

IERARDO, E. Mundo Virtual: Black Mirror, posapocalipsis y ciberadicción. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Continente , 2018.

JAMESON, F. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, [1991] 2000.

LARREGUE J., WANNYN W. e DARTIGUES L. Vérité romanesque et fictions scientifiques : Philip K. Dick chez les criminologues », Socio [En ligne], 13 | 2019, mis en ligne le 08 janvier 2020, consulté le 12 mars 2020. URL: http://journals.openedition.org/socio/7819; DOI : https://doi.org/10.4000/socio.7819

LÉVY, P. Cibercultura. 3. ed. São Paulo: Editora 34, [1997] 2014.

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Tradução Carlos Irineu da Costa. 2. ed. São Paulo: Editora 34, [1993] 2016.

O N'EIL, C. Weapons of Math Destruction: How Big Data Increases Inequality and Threatens Democracy. New York: Broadway Books, 2016.

ROUVROY A. e BERNS T. Governamentalidade algorítmica e perspectivas de emancipação: o díspar como condição de individuação pela relação? In: BRUNO, F. et al. Tecnopolíticas da Vigilância: Perspectivas da margem. Tradução Antonio Holzmeister Cruz e Bruno Cardoso. São Paulo: Boitempo, [2013] 2018.

SIBILIA, P. Você é o que o Google diz que você é: a vida editável, entre o controle e o espetáculo. In: BRUNO, F. et al. Tecnopolíticas da Vigilância: Perspectivas da margem. Tradução Antonio Holzmeister Cruz e Bruno Cardoso. São Paulo: Boitempo, 2018.

SILVEIRA, S. A. D. Tudo sobre tod@s: redes digitais, privacidade e venda de dados pessoais. São Paulo: SESC São Paulo, 2017.

ZUBOFF, S. Big other: Capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação. In: BRUNO, F. et al. Tecnopolíticas da Vigilância: Perspectivas da margem. Tradução Antonio Holzmeister Cruz e Bruno Cardoso. São Paulo: Boitempo, [2015] 2018.

ZUBOFF, S. The Age of

Downloads

Publicado

2020-09-01

Como Citar

ferreira, ana elisa sobral caetano da silva, & Cizaurre Guirau, M. (2020). Minority Report e o governo da distopia algorítmica. PragMATIZES - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura, 10(19), 232-248. https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v10i19.42292

Edição

Seção

Dossiê 19: Cultura, Tecnologia e Sociedade