Mujeres Creando
as imagens latentes dos altares blasfemos
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v12i23.53397Palavras-chave:
Mujeres Creando, Blasfêmia, Dissidência ArtísticaResumo
Este estudo aborda três intervenções artísticas do movimento social boliviano Mujeres Creando, instaladas em bienais e mostras artísticas realizadas em La Paz, Quito e Santiago de Chile entre os anos de 2016 e 2018. Denominadas de “Altares Blasfemos”, essas instalações consistiam em uma crítica contundente à díade Estado-Igreja Católica que sustenta o patriarcado e a violência histórica contra a mulher na América Latina. Por meio da reprodução caricaturesca de imagens do imaginário cristão e da recriação de figuras subversivas da iconografia católica, as artistas propuseram uma espécie de imagem insuportável, ou seja, uma expressão artística que pretende ser tão grotesca quanto a experiência histórica que visa representar. Dada as profundas estruturas teológico-coloniais ainda arraigadas nas mentalidades e instituições latino-americanas, tal sacrilégio obviamente gerou diferentes tipos de reação - da tentativa literal de exprobração e apagamento da obra a diferentes formas de censura jurídico-burocrática. Apoiado em trabalhos de Didi-Huberman, Jacques Rancière, Aline Miklos, entre outros, o estudo procura levantar questões sobre as particularidades desse tipo de intervenção artística e suas reverberações em um projeto de dissenso radical com as conformações do poder colonial-capitalista ainda vigente na América Latina.
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