Entre o biográfico e o coletivo
fabulações em torno do Hip-Hop no Documentário AmarElo: é tudo pra ontem
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v15i28.65564Palavras-chave:
RAP, Narrativa, Tradição, PerformanceResumo
Este artigo constitui um exercício investigativo sobre a articulação do biográfico ao coletivo em narrativas em torno do RAP. Para isso, analisamos o movimento poético-performático construído no documentário-concerto “AmarElo: é tudo para ontem” (2020).Quer-se entender como esse filme faz emergir sentidos que dialoguem aspectos coletivos e individuais na busca pela inscrição de uma determinada perspectiva nos debates sobre a cultura hip hop e sobre as matrizes culturais negras do Brasil. A hipótese apresentada foi que as experiências individuais podem servir de esquemas para a reorganização da memória coletiva e promover articulações temporais e tensionar as convenções no campo simbólico do hip hop brasileiro. Como perspectiva teórico-metodológica foi adotada uma articulação entre as proposições de Paul Ricoeur (2016), sobre tempo e narrativa, associado à discussão sobre o conceito de performance, apresentado por André Brasil (2011) e Diana Taylor (2013), e ao conceito de tradição seletiva, de Raymond Willians (1997). Foi possível concluir quea fabulação realizada através da seleção e organização discursiva de acontecimentos históricos, sonoridades, sujeitos e performances durante o documentário-concerto é fundamental para reorganizar o campo simbólico do hip hop no Brasil produzindo novos sentidos e convenções.
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Referências musicais
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