SERIA O MAGISTÉRIO UM OFÍCIO INFANTIL?
DOI:
https://doi.org/10.22409/revistaleph.v0i16.39047Resumo
Este artigo começou com uma provocação feita por Norman Manea,
um renomado escritor romeno, que, num momento solene, retomou palavras
de um escultor e conterrâneo seu, assinalando que “todo o artista morre,
quando deixa de ser criança” – para, em seguida, reconhecer que, “escrever é
um exercício infantil”. Logo a memória me trouxe a etimologia da palavra
infância e, num relance, me fez, novamente, avaliar, o peso que estas raízes
latinas impõem falta, a ausência da fala, como uma marca definidora da
infância. Parei, não só na negatividade dessa herança, mas busquei, também,
encontrar, na contraface dessa negação, a potência que pode significar as
necessidades e as urgências para descobrir e apropriar-se do mundo,
aprendendo a viver, a falar, a ler e a escrever, enfim, a inventar-se, recriando
em si mesmo a humanidade e a vida, em diálogos sem fim. Por tudo isso, uma e
outra afirmação me animaram a pesquisar as interdependências que a escola
mantém com as correntezas, sempre em devires da vida e, especialmente da
infância, como uma alegoria de todas as fases da existência humana, daí
decorrendo um tipo de imprescindibilidade de nutrir-nos das memórias infantis,
educacionais e escolares, como um modo de irmos avivando a arte de fazer
caminhos, com espinhos, sucatas, pérolas e brilhantes, com que, a cada dia, nos
miscigenamos para transfigurar-nos.
Palavras-chave: Infância; Magistério; Comunicação.
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