O CORPO INFANTIL COMO PROFUSÃO DO SENSÍVEL NOS “ANOS DE CHUMBO” DO BRASIL
ANÁLISE DA OBRA FÍLMICA O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS
DOI:
https://doi.org/10.22409/revistaleph.vi36.47311Palavras-chave:
Ditadura militar , Corpo infantil, Sensibilidade individual, Pertença socialResumo
O objetivo do presente estudo é analisar o filme “O ano em que meus pais saíram de férias”, do diretor Cao Hamburger, lançado em 2006. Essa obra cinematográfica aborda, com sutileza e sensibilidade, um momento dramático da história brasileira – o período da ditadura militar. O filme é narrado na perspectiva de uma criança que sofre com a saudade dos pais e, ao mesmo tempo, vivencia experiências únicas em seu tempo de exílio. Nessa obra, o olhar infantil, os gestos e a linguagem corporal de um menino de doze anos foram elementos fundamentais na construção do filme, principalmente na escolha de procedimentos poético-estéticos que abrandaram as tensões históricas do período vivido pela narrativa. Diante disso, nosso foco de análise é o corpo infantil do protagonista, e elegemos David Le Breton (2016; 2019) como referencial teórico deste artigo por seus estudos referentes à antropologia das emoções e dos sentidos, que diz dos movimentos das coisas e das sensações de si mesmo em uma construção teórica que afirma que a condição humana é corporal, ou seja, que o corpo é profusão do sensível. Dessa forma, as experiências e vivências de Mauro, a criança protagonista do filme em questão, foram percebidas a partir de sua sensibilidade individual, que, de antemão, traz os vestígios de sua história pessoal e sua pertença social ao se deparar com o novo, o desconhecido.
Downloads
Referências
ARROYO, Miguel G.; SILVA, Mauricio Roberto da. (Orgs.) Corpo-infância: exercícios tensos de ser criança; por outras pedagogias dos corpos. Petrópolis: Vozes, 2012.
BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: Summus, 1984.
BUSS-SIMÃO, Márcia; MEDEIROS, Francisco Emílio de; SILVA, Ana Márcia; FILHO, João Josué da Silva. Corpo e infância: natureza e cultura em confronto. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 26, n. 3, p. 151-168, 2010.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Que emoção! Que emoção? São Paulo: Editora 34, 2016.
GALPETIN, Cláudio; MANTOVANI, Bráulio; MUYLAERT, Anna; HAMBURGER, Cao. O ano em que meus pais saíram de férias. São Paulo: Imprensa Oficial, 2008.
LE BRETON, David. Antropologia dos sentidos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.
LE BRETON, David. Antropologia das emoções. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.
POLITIZE. Ato Institucional nº 5: o que foi e qual seria o seu impacto em uma democracia? Politize!, 21 set. 2020. Disponível em: https://www.politize.com.br/ato-institucional-5/. Acesso em: 19 jan. 2021.
TEIXEIRA, Inês Assunção de Castro.; LARROSA, Jorge.; LOPES, José de Sousa Miguel. Olhar a infância. In: TEIXEIRA, Inês Assunção de Castro; LARROSA, Jorge; LOPES, José de Sousa Miguel (Orgs.). A Infância vai ao Cinema. Belo Horizonte: Autêntica, 2014. p. 11-25.
VANOYE, Francis; GOLIOT-LETÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. 7 ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Luciana Alves Rodrigues
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob Attribution-ShareAlike 4.0 International que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).