INTERCULTURALIDADE E DECOLONIALIDADE: construindo uma escola para/com os Avá-Canoeiro de Goiás (Brasil)

Authors

DOI:

https://doi.org/10.22409/mov.v7i13.41286

Keywords:

Educação Intercultural. Avá-Canoeiro. Decolonialidade

Abstract

 O trabalho analisa o processo de construção de uma escola para/com os Avá-Canoeiro, no Brasil, por meio de parceria entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Seduc (Secretaria de Estado de Educação do Estado de Goiás). A orientação teórico-metodológica do trabalho inclui: 1) pesquisa etnográfica colaborativa e compartilhada, que, por meio de oficinas e outras experiências, permite a sistematização escrita de práticas e referências culturais Avá-Canoeiro; 2) a análise e o uso dessa produção escrita como conhecimento significativo para a construção da uma matriz curricular e para a organização das aulas. Essa experiência mostrou que é possível construir novas estratégias de formação de professores tendo como referência a cultura e o protagonismo dos povos originário 

INTERCULTURALITY AND DECOLONIALITY:

building a school for/and/with the Avá-Canoeiro from Goiás (Brazil)

 

 

ABSTRACT

The aim of this work is to analyse the process of buiding a school for/with the Avá-Canoeiro, through a partnership between the Federal University of Goiásand the Seduc (Department of State of Education of the State of Goiás). The theoretical-methodological path includes: 1) collaborative and shared ethnographic research in which through workshops and among other experiences allow the systematization of the written paractices along with Avá-Canoeiro cultural references; 2) the analysis and use of this written production as significant knowledge for the construction of a curriculum matrix and for the organization of classes. This experience has shown that it is possible to build new teacher training strategies with reference to the culture and protagonism of the original peoples.

Keywords: Intercultural Education. Avá-Canoeiro. Decoloniality.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Rosani Moreira Leitão, Universidade Federal de Goiás

Doutora em Antropologia pela Universidade de Brasília (2005), com estágio doutoral no exterior, pelo Centro de Investigaciones y Estudios Superiores em Antropolgía Social (CIESAS), no México. Mestre em Educação (1997), Especialista em Políticas Públicas (1994) e Graduada em Ciências Sociais (Bacharelado - 1991 e Licenciatura - 1992), pela Universidade Federal de Goiás. Docente do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (UFG). Docente Colaboradora do curso de Licenciatura em Educação Intercultural de Formação de Professores Indígenas (UFG). Atuou como Coordenadora da Divisão de Antropologia do Museu Antropológico da UFG no período de 2006 a 2018. Atualmente coordena o projeto Bonecas de cerâmica Karajá como patrimônio cultural do Brasil: contribuições para sua salvaguarda. Tem experiência nas áreas de Antropologia e educação, atuando principalmente nos seguintes temas: etnologia indígena, etnografia e educação, educação intercultural, patrimônio cultural, estudos comparados sobre as Américas e direitos humanos. Na UFG, atuou e atua como pesquisadora em projetos de pesquisa e extensão e realizou/realiza pesquisas etnográficas e outras atividades acadêmicas com povos indígenas no Brasil e no México, tendo trabalhos realizados com os seguintes povos: Avá-Canoeiro, Guajajara, Karajá e Terena (no Brasil) e Purhépecha (no México) .

Monica Voloso Borges, Universidade Federal de Goiás

Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística e do Curso de Licenciatura em Educação Intercultural, do Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Doutora em Linguística (Línguas Indígenas) pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) (2006); Mestre em Estudos Linguísticos (1996), e Graduada em Letras (Português-Inglês) (1992), pela Universidade Federal de Goiás.

References

Referencias

BAINES, Stephen Grant. É a FUNAI que sabe. A frente de Atração Waimiri-Atroari. Coleção Eduardo Galvão. Belém: MPEG/CNPq/SCT/PR, 1990.

BAINES, Stephen Grant. O território dos Waimiri-Atroari e o indigenismo empresarial. Ciências Sociais Hoje. São Paulo: HUCITEC, 1993. 219-243pp.

BAINES, Stephen Grant. A resistência Waimiri-Atroari frente ao indigenismo de resistência. Série Antropologia 211. Brasília: UnB/DAN, 1996.

BORGES, Mônica Veloso. Aspectos fonológicos e morfossintáticos do Avá-Canoeiro (Tupi-Guarani). (Tese de Doutorado). Campinas/SP: UNICAMP, 2006.

BORGES, Mônica Veloso. O estudo do Avá: relato e reflexões sobre a análise de uma língua ameaçada de extinção. In: Revista Liames (línguas indígenas americanas) 2: 85-104. Campinas: UNICAMP, 2002.

BORGES, Mônica Veloso; LEITÃO, Rosani Moreira. Relato e reflexões sobre a pesquisa com os Avá-Canoeiro (Tupi-Guarani): subsídios educacionais. Congresso de Leitura Campinas: Unicamp, 2003.

BORGES, Mônica Veloso; SILVA, Maria do Socorro Pimentel da. Políticas Linguísticas e Pedagógicas em Práticas de Educação Bilíngue. RBPG. Brasília. Supl. 1, v. 8, 2011. 249-273pp.

CHAIM, Marivone Matos. Os aldeamentos indígenas na Capitania de Goiás. Goiânia: Oriente, 1974.

CRYSTAL, D. Language Death. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

DIETZ, G. Do Multiculturalismo a La Interculturalidad: um movimiento social entre discurso disidente y praxis institucional. In: PRADO RODRÍGUEZ, Javier de (Ed.). Diversidad Cultural, Identidad Y Ciudadanía.Córdoba: Instituto de EstudiosTransnacionales, 2001, pp. 17-71.

KARASCH, Mary. Catequese e cativeiro: política indigenista em Goiás, 1780-1889. In: CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios no Brasil. 397-412. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

LEITÃO, Rosani Moreira. Educação Intercultural, Saberes Tradicionais e cosmologias indígenas. Trabalho apresentado na X Reunião de Antropologia do Mercosul, em Córdoba, Argentina, em julho de 2013.

PEDROSO, Dulce Madalena Rios. O povo invisível. Goiânia: UCG, 1994.

----------. 2006. “Avá-Canoeiro”. In: MOURA, Marlene Castro O de (ORG). Índios de Goiás: uma perspectiva histórico-cultural. 91-133. Goiânia: UCG.

PIMENTEL DA SILVA, Maria do Socorro. Letramento Bilíngue em contextos de tradição oral. Goiânia: Editora da UFG, 2012.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade, Poder, globalização e democracia. Novos Rumos. Vol. 17, n° 37, 2002.

RODRIGUES, Aryon. Relações internas na família lingüística Tupi-Guarani. Revista Brasileira de Antropologia. Volumes XXVII/XXVIII. São Paulo: USP, 1984/1985. 33-53pp.

RODRIGUES. Patrícia de Mendonça. Avá-Canoeiro. In: Povos Indígenas no Brasil. Disponível em https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Av%C3%A1-Canoeiro. Consultado em 20/03/2020.

RODRIGUES, Patrícia de Mendonça. 2010. Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação: Terra Indígena Javaé / Avá-Canoeiro. Brasília: FUNAI/UNESCO.

----------. Os Avá-Canoeiro do Araguaia hoje: uma perspectiva de futuro. In: Guenter Francisco Loebens & Lino João de Oliveira Neves (org.). Povos indígenas isolados na Amazônia – A luta pela sobrevivência. 148-168. Manaus: CIMI/UFAM, 2011.

----------. Uma homenagem ao guerreiro Tutawa Ãwa. Porantim. Ano XXXVI, N° 378. 10-11. Brasília: Mais Soluções Gráficas, 2015.

----------. Taego Ãwa – filme e terra. Porantim, N° 389. Brasília: Mais Soluções Gráficas 2016.

-------------. Os Avá-Canoeiro do Araguaia e o tempo do cativeiro. Anuário Antropológico/2012-I, 2013: 83-137.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (Orgs.) Epistemologias do Sul. São Paulo: Editora Cortez, 2010.

SILVA, Christian Teófilo da. Cativando Maíra – A sobrevivência dos índios avá-canoeiros no alto Rio Tocantins. São Paulo: Annablume; Goiânia: PUC Goiás, 2010.

SILVA, Cristhian Teófilo. Cativando Maíra: a sobrevivência Avá-Canoeiro no alto rio Tocantins. (Tese de Doutorado). Brasília: DAN/UnB, 2005.

SILVA, Lorranne Gomes da. Singrar rios, morar em cavernas e furar jatóka: ressignificações culturais, socioespaciais e espaços de aprendizagens da família Avá-Canoeiro do rio Tocantins. (Tese de Doutorado). Goiânia: IESA/UFG, 2017.

TORAL, André Amaral de. Situação e perspectivas de sobrevivência dos Avá-Canoeiro. Processo FUNAI n° 253/83: 117-168. Brasília: FUNAI, 1984.

----------. O destino de um grupo caçador e coletor: os Avá-Canoeiro, hoje. In: Lopes da Silva, Aracy & Grupioni, Luis D. Benzi (org.). A temática indígena na escola – novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. 73-75. Brasília: MEC/MARI/UNESCO, 1995.

TOSTA, Lena Tatiana Dias. Homi matou papai meu: uma situação histórica dos Avá-Canoeiro. Monografia de Graduação em Antropologia. Brasília: UnB, 1997.

Published

2020-08-07

How to Cite

Leitão, R. M., & Borges, M. V. (2020). INTERCULTURALIDADE E DECOLONIALIDADE: construindo uma escola para/com os Avá-Canoeiro de Goiás (Brasil). Movement - Education Journal, 7(13). https://doi.org/10.22409/mov.v7i13.41286