Fogo para o Compadre Lobo: o mal na literatura brasileira para jovens (primeiras conversas)

Autores

  • Nilma Lacerda Universidade Federal Fluminense

Resumo

A cidade grande precisa desses cortes entre pontos extremos. É muito hábil abrirem-se os morros e meter-se um túnel por eles. Em poucos minutos se vai do norte ao sul, reduzindo ao mínimo o eixo entre os dois pontos, na rosa-dos-ventos. O diabo é quando se fica preso no túnel. Como agora. As informações vão passando rapidamente por essa rede de comunicação amadora e improvisada, de motorista a motorista. Parece que é um assalto. Fecharam a boca do túnel: estão assaltando os carros da frente. Os motoristas dividem-se entre ficar parados – para não ser alvo de bala – ou abandonar os carros e fugir a pé no sentido contrário. Bem que o jornal dizia para não vir por aqui, que os tempos estão perigosos e assaltar túnel (gente presa no túnel, compreenda-se) está virando um esporte carioca. Agora, é isto: estou presa no túnel. Presa e tendo que ouvir este senhor polido, que me aborda com certa manha, me pede fogo.

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Biografia do Autor

Nilma Lacerda, Universidade Federal Fluminense

É escritora; autora de Manual de Tapeçaria, Pena de Ganso e Sortes de Villamor e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense. Parte deste trabalho foi apresentado no VII Encontro das Associação das Universidade de Língua Portuguesa, realizado no Rio de Janeiro em 31/03/97 a 04/4/97, sob o título Fogo para O Compadre Lobo - Literatura Brasileira para Jovens.

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Como Citar

LACERDA, N. Fogo para o Compadre Lobo: o mal na literatura brasileira para jovens (primeiras conversas). Sede de Ler, v. 1, n. 1, p. 18-21, 1 nov. 2010.