Conversando sobre medicamentos com o público adolescente

o que eles querem de fato saber?

Autores

  • Rebeca Alves Mateus de Souza Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Macaé, RJ, Brasil
  • Carla dos Santos Novais Pinto Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Macaé, RJ, Brasil
  • Danielle Martins Ventura Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Macaé, RJ, Brasil
  • Samantha Monteiro Martins Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Macaé, RJ, Brasil

Palavras-chave:

Adolescentes, Medicamentos, Informação, Uso racional de medicamentos, Automedicação

Resumo

 A disponibilidade de informações confiáveis sobre medicamentos é essencial para garantir o seu uso racional. A automedicação inapropriada pode resultar em intoxicação, reações alérgicas, dependência e levar até mesmo o indivíduo à morte. O objetivo deste trabalho foi introduzir o tema “medicamentos” no âmbito escolar a fim de enfrentar o problema da automedicação, uma vez que fornecer informações seguras e confiáveis sobre medicamentos à população, inclusive ao público adolescente, é uma das formas de contribuir para o seu uso racional. Neste sentido, foram desenvolvidas atividades para identificar quais informações sobre medicamentos eram desejadas pelos adolescentes e qual conhecimento prévio eles possuíam. Posteriormente, uma ação educativa foi realizada para ampliar o conhecimento da turma sobre os temas escolhidos, e a culminância dos encontros se deu através de uma oficina. Trata-se o presente trabalho de um relato de caso de um projeto de pesquisa/extensão aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 28207620.6.0000.5699). Participaram das atividades 35 estudantes, com idades entre 15 e 18 anos, matriculados em um colégio estadual do Norte Fluminense. Foram realizados oito encontros, de junho a novembro de 2023. Entre os estudantes, 91% afirmaram que o assunto “medicamentos” nunca havia sido abordado com eles na escola e 74% informaram que haviam usado ou usam com frequência medicamentos por conta própria, sem a orientação de um profissional da saúde. Quando os estudantes foram perguntados sobre quais assuntos relacionados a medicamentos eles gostariam que fossem abordados com eles, 43% afirmaram que gostariam de conversar sobre automedicação, sendo que a classe dos medicamentos antidepressivos foi a escolhida pela turma para se obter mais informação (26% de preferência). Em relação à atividade de avaliação do conhecimento prévio e da ação educativa, ambos sobre antidepressivos, optou-se por rodas de conversa. Quanto à oficina, podem ser citados como produtos: a elaboração de atividade lúdica, vídeo e cartazes.

Biografia do Autor

  • Rebeca Alves Mateus de Souza, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Macaé, RJ, Brasil

    Graduanda em Farmácia pela UFRJ.

  • Carla dos Santos Novais Pinto, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Macaé, RJ, Brasil

    Graduanda em Farmácia pela UFRJ.

  • Danielle Martins Ventura, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Macaé, RJ, Brasil

    Mestra em Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde pela Universidade Federal Fluminense (UFF) – Niterói, Brasil.

  • Samantha Monteiro Martins, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Macaé, RJ, Brasil

    Doutora em Química Biológica pela UFRJ – Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

2024-12-30

Como Citar

Conversando sobre medicamentos com o público adolescente : o que eles querem de fato saber?. UFF & Sociedade, [S. l.], v. 4, n. 5, p. 1–15 e040520, 2024. Disponível em: https://periodicos.uff.br/uffsociedade/article/view/64657. Acesso em: 22 ago. 2025.