Projeto Absorverde
combate à pobreza menstrual por meio da Extensão Universitária
Palavras-chave:
Vulnerabilidade social, Menstruação, Capacitação, Impacto socialResumo
Objetivo geral e hipótese principal defendida: este artigo relata a experiência de acadêmicos de medicina e psicologia no projeto extensionista "AbsorVerde: Transformando Vidas no Contexto do Enfrentamento da Pobreza Menstrual". A hipótese principal é que a conscientização e a educação ambiental, por meio da produção de absorventes sustentáveis, podem capacitar pessoas menstruantes, gerar renda e combater a violência de gênero ao promover autonomia econômica e dignidade menstrual. Método: entre fevereiro e agosto de 2024, foram realizados 25 encontros com duração média de três horas, atendendo em média oito mulheres por encontro, em parceria com uma associação denominada IMA (Instituto de Mulheres Amadas) em Belo Horizonte. Inicialmente, foram definidos os temas a serem abordados em cada oficina com as participantes. Semanalmente, desenvolviam-se as oficinas pré-estabelecidas e monitorava-se a produção dos absorventes sustentáveis, devidamente acompanhada por uma costureira voluntária. Resultados: os encontros possibilitaram que os/as estudantes realizassem oficinas educativas e acompanhassem a produção de absorventes sustentáveis pelas mulheres participantes. Ao longo do projeto, foram produzidos 600 absorventes sustentáveis, com preço de venda estipulado em R$20,00 por unidade. A orientação constante dos/as estudantes, juntamente com o apoio da costureira voluntária, facilitou a produção eficiente e contínua dos absorventes. As participantes foram capacitadas a produzir absorventes sustentáveis não apenas para uso próprio, mas também como uma potencial fonte de renda. Conclusão: o projeto "AbsorVerde" demonstrou que, por meio da conscientização e educação ambiental, é possível empoderar pessoas menstruantes e promover a sustentabilidade. A iniciativa contribuiu para a melhoria da saúde menstrual das participantes, mas também ofereceu uma oportunidade de geração de renda, destacando a importância de projetos sociais e educativos em contextos de vulnerabilidade, sobretudo no combate às violências contra as mulheres. O impacto social positivo evidencia a relevância da educação ambiental e do empoderamento no enfrentamento da pobreza menstrual.
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