Achessmosfera: considerações sobre a condição atmosférica do xadrez
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i2.a59180Palabras clave:
Atmosfera, Xadrez, Percepção, Atenção.Resumen
Em face do reducionismo cognitivista, que transforma a rica experiência do enxadrismo em meros cálculos frios, este artigo busca restaurar a atmosfera do xadrez. Para tanto, a partir de revisões bibliográficas, observações participantes e autoenográficas, o escrito se propõe a fornecer uma caracterização inicial da atmosfera que chamaremos de “floresta de peças”. A fim de captar as nuances atmosféricas de cada modalidade, compara-se, aqui, as condições de engajamento no xadrez físico e virtual. A seleção bibliográfica elenca nomes e obras concernentes direta (como Tim Ingold e Hans Gumbrecht) ou indiretamente (como James Gibson e Anna Tsing) ao discutir o conceito de “atmosfera”. Quanto aos exemplos de campo, os dados obtidos presencialmente foram coletados ao longo das vivências pessoais de um dos autores com a prática nos últimos anos, enquanto os dados obtidos remotamente – através de vídeos e redes sociais – foram obtidos ao longo da escrita deste texto. O escrito conclui que as condições atmosféricas da partida, longe de figurarem como mero acessório ou pano de fundo, são constitutivas da experiência enxadrista e, portanto, devem ser levadas a sério em qualquer investigação sobre a prática.
Descargas
Citas
BINET, Alfred. Psychologie des grands calculateurs et joueurs d’échecs. Paris: Hachette, 1984.
BÖHME, Gernot. The Aesthetics of Atmosphere. Londres: Routledge, 2017.
BROWN, Steven et al. Affect Theory and the Concept of Atmosphere. Distinktion: Journal of Social Theory, London, n. 1, p. 5-24, 2019. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/1600910X.2019.1586740. Acesso em: 06 jun. 2024.
CAGE, John. Silence: lectures and writtings by John Cage. Middletown: Wesleyan University Press, 2011.
CASSÉ, Michel; MORIN, Edgar. Filhos do Céu: entre vazio, luz e matéria. Lisboa: Bertrand, 2008.
CHARNESS, Neil et al. The perceptual aspect of skilled performance in chess: evidence from eye movements. Memory & Cognition, Berlin, n. 29, p. 1146-1152, 2001.
CHASE, William; SIMON, Herbert. Perception in chess. Cognitive Psychology, Amsterdam, v. 4, n. 1, p. 55-81, 1973.
CLARK, Nigel et al. A solid fluid lexicon. Theory, Culture & Society, Thousand Oaks, v. 39, n. 2, p. 1-14, 2021. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/02632764211030976. Acesso em: 06 jun. 2024.
CLEVELAND, Alfred A. The Psychology of Chess and of Learning to Play It. The American Journal of Psychology, Champaign, v. 18, n. 3, p. 269-308, 1907.
DAMÁSIO, António. A estranha ordem das coisas: as origens biológicas da cultura. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
DE GROOT, Adriaan. Thought and Choice in Chess. New York: De Gruyter, 1978.
DE GROOT, Adrian; GOBET, Fernand; JONGMAN, Riekent. Perception and Memory in Chess: Heuristics of the professional eye. Assen: Van Gorcum, 1996.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. A Thousand Plateaus: Capitalism and schizophrenia. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1987.
DESJARLAIS, Robert. Counterplay: An anthropologist at the Chessboard. Los Angeles: University of California Press, 2011.
DURKHEIM, Émile. The Elementary Forms of Religious Life. New York: The Free Press, 1995.
ELO, Arpad. The Rating of Chess players: Past & present. New York: Arco Publishing, 1986.
ERICSSON, K. Anders; KINTSCH, Walter. Long-term working memory. Psychological Review, Washington, DC, v. 102, n. 1, p. 211-245, 1995.
FINE, Reuben. The Psychology of the chess player. Toronto; London: General Publishing Company, Ltd.; Constable and Company, Ltd., 1967.
GEERTZ, Clifford. The Interpretation of Cultures. New York: Basic Books, 1977.
GIBSON, James J. Ecological approach to visual perception. New York; London: Psychology Press, 2014.
GILANI, Syed Amir. Can one burn calories just by thinking? Well, yes… a little bit. Asian Journal of Allied Health Sciences, Lahore, v. 4, n. 4, p. 2-3, 2019. Disponível em: https://www.hpej.net/journals/AJAHS/article/view/833. Acesso em: 06 jun. 2024.
GOBET, Fernand. The Psychology of chess. New York: Routledge, 2019.
GRIFFERO, Tonino. Atmospheres: aesthetics of emotional spaces. New York: Rouledge, 2014.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung: sobre um potencial oculto da literatura. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011.
GUNTZ, Thomas et al. The role of emotion in problem solving: first results from observing chess. In: PROCEEDINGS OF THE WORKSHOP ON MODELING COGNITIVE PROCESSES FROM MULTIMODAL DATA, 2018, New York. Anais […]. New York: Association for Computing Machinery Inc., 2018. Disponível em: https://dl.acm.org/doi/abs/10.1145/3279810.3279846. Acesso em: 06 jun. 2024.
HÄGERSTRAND, Torsten. Geography and the study of the interaction between nature and society. Geofrum, Amsterdam, v. 7, p. 329-334, 1976.
HOLDING, Dennis. Theories of chess skill. Psychologial Research, Berlin, v. 54, p. 10-16, 1992.
INGOLD, Tim. Being alive: essays on movement, knowledge and description. London: Routledge, 2011.
INGOLD, Tim. The Life of Lines: A world without objects. London: Routledge, 2015.
INGOLD, Tim. Anthropology and/as Education. New York: Routledge, 2018.
INGOLD, Tim. Imagining for real: Essays on creation, attention and correspondence. New York: Routledge, 2022.
JOHANSSON, Erik. Chess and Twitch: cultural convergence through digital platforms. Dissertação (Mestrado em Mídia, Comunicação e Análise Cultural) – Universidade de Södertörn, Huddinge, 2021. Disponível em: https://www.diva-portal.org/smash/record.jsf?pid=diva2%3A1563119&dswid=7762. Acesso em: 06 jun. 2024.
JOIREMAN, Jeffrey; FICK, Christopher; ANDERSON, Jonathan. Sensation seeking and involvement in chess. Personality and Individual Differences, Amsterdam, v. 32, n. 3, p. 509-515, 2002.
KANDEL, Eric; HAWKINS, Robert. The Biological Basis of Learning and Individuality. Scientific American, [S. l.], v. 267, n. 3, p. 78-86, 1992.
LASKER, Edward. Chess For Fun & Chess For Blood. Pennsylvania: David MacKay Company, 1942.
LATOUR, Bruno. Reassembling the Social: an introduction to Actor-Network-Theory. Oxford: Oxford University Press, 2005.
MALABY, Thomas. Anthropology and Play: The Contours of Playful Experience. New Literary History, Baltimore, v. 40, n. 1, p. 205-218, 2009.
MARX, Karl. Capital I. London: Dent, 1930.
MAUSS, Marcel. As técnicas do corpo. In: LÉVI-STRAUSS, Claude (ed.). Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003. p. 399-423.
PIPER, Jonathan. Locating Experiential Richness in Doom Metal. 2013. Tese (Doutorado em Filosofia) – University of California, San Diego, 2013. Disponível em: https://www.proquest.com/openview/82efc87d01fafe09fba6ab972f5c7c5b/1?pq-origsite=gscholar&cbl=18750. Acesso em: 06 jun. 2024.
SAARILUOMA, Pertti. Chess players’ thinking: a cognitive psychological approach. Londres: Routledge, 1995.
SACKS, Oliver. Musicophilia: tales of music and the brain. New York: Vintage Books, 2007.
SERRES, Michel; LATOUR, Bruno. Conversations on Science, Culture and Time. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1995.
SLOTERDIJK, Peter. You Must Change Your Life. Cambridge: Polity Press, 2013.
TSING, Anna Lowenhaupt. Viver nas Ruínas: paisagens multiespécies no antropoceno. Brasília, DF: IEB Mil Folhas, 2019.
WEBER, Max. The Theory of Social and Economic Organization. New York: Oxford University Press, 1947.
WHITEHEAD, Alfred North. Process and Reality: An essay in cosmology. New York: The Free Press, 1978.
ZUCKERMAN, Marvin. Sensation Seeking: beyond the optimal level of arousal. New York: Psychology Press, 2015.
##submission.downloads##
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Gustavo Guedes Brigante, Alex Galeno
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
O conteúdo da revista Antropolítica, em sua totalidade, está licenciado sob uma Licença Creative Commons de atribuição CC-BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt).
De acordo com a licença os seguintes direitos são concedidos:
- Compartilhar – copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato;
- Adaptar – remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial;
- O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição – Você deve informar o crédito adequado, fornecer um link para a licença e indicar se alterações foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer maneira razoável, mas de modo algo que sugira que o licenciante o apoia ou aprova seu uso;
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.