Retórica e exclusão na Ilíada: Tersites em foco
DOI:
https://doi.org/10.22409/cadletrasuff.v31i61.44132Palavras-chave:
Ilíada. Tersites. Retórica.Resumo
O mundo clássico foi sempre referência para o Ocidente, que se reconhece herdeiro e continuador de uma tradição que remonta às origens culturais situadas na Grécia antiga, em particular. Uma cena da Ilíada chama a atenção, protagonizada não por deuses nem por heróis, mas por um soldado que ousa enfrentar reis, proferindo um discurso articulado contra a guerra. Qual o papel deste plot para o conjunto da epopeia? É isso o que este trabalho procura averiguar, a partir de princípios retóricos, por meio de pesquisa bibliográfica apoiada em helenistas de prestígio, como Jaegger (1986) e Finley (s/d); e em Aristóteles (2005), Weiler (2014), Mosca (2016), Amossy (2005), Bourdieu (1998), Dijk (2015) e Perelman e Olbrechts-Tyteca (2002), para aporte teórico em Retórica. Tersites mostra as contradições e dissimetrias do mundo antigo que, também em movimentos de continuidade, são reproduzidas ainda hoje pelos herdeiros de Homero.
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