Eros colado à pele: dialogia entre profundidade e superfície na poesia de Luís Miguel Nava
DOI:
https://doi.org/10.22409/cadletrasuff.v31i61.44161Palavras-chave:
literatura, estudos de literaturaResumo
A elaboração de um breve percurso nas áreas da Filosofia, Psicanálise e Estudos Literários para pensar a pele em sua relação paradoxal vista em muitas dicotomias, mas resumida no par superfície/profundidade é um dos motes desse trabalho. Intenta-se, inicialmente, restituir a importância da superfície da pele e demonstrar sua dialogia com o profundo. Para isso, convocam-se os estudos de Maria Cristina Franco Ferraz, Didier Anzieu e Joel Birman, a fim de sedimentar a pele na constituição do ser, incluindo sua formação erótica. A seguir, procura-se alinhavar a teoria e os conceitos acerca da pele à poesia de Luís Miguel Nava, prenhe em temáticas ligadas ao corpo e que privilegiam a porosidade da pele como transcrição da realidade, bem como a inserção do eros – notadamente homossexual – na composição dos poemas. Para esse segundo momento, são basilares os estudos de Alberto Pucheu, Rosa Maria Martelo, Sinei Ferreira Sales. Assim, cogita-se demonstrar a centralidade da pele na poesia naviana, que se desdobra na restituição do sensível à superfície – evidenciando várias nuances desse deslocamento.Downloads
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