Existe dentro de mim uma terra da qual sou desterrada: literatura e necropoder em Caderno de memórias coloniais
DOI:
https://doi.org/10.22409/cadletrasuff.v34i66.56686Resumo
A ficção produzida pelo colonialismo tem uma função decisiva diante dos fatos, indissociados das fabulações do colonialismo. Afinal, por um lado, a ficção participa dos discursos coloniais que, como observa Achille Mbembe (2014b, p. 69), acobertam o necropoder que, “ao transitar pela ficção, adoece com a vida, ou ainda, num ato de reversão permanente, toma a morte pela vida e a vida pela morte”. Por outro, a ficção problematiza os referidos discursos, de modo que a literatura assume funções divergentes. Assim, o presente artigo pretende a analisar relações entre a literatura e o necropoder em Caderno de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo, fundamentando-se, para tanto, na crítica pós-colonial que, segundo Mbembe (2014b, p. 68), “tenta desconstruir a prosa colonial, ou seja, a montagem mental, as representações e as formas simbólicas que servem de infraestrutura ao projeto imperial”. A partir, principalmente, de Roberto Vecchi (2007, 2008) e Achille Mbembe (2014a, 2014b, 2016), o artigo compreende o romance de Isabela Figueiredo como um testemunho do interdito ou do recalcado pelos discursos colonialistas de Portugal.
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