"O mais desprezado dos sítios, África, é o que acaba por guardar vida": a subversão de estereótipos e da figura do inimigo em O quase fim do mundo, de Pepetela
DOI:
https://doi.org/10.22409/cadletrasuff.v34i66.58452Resumo
O livro O quase fim do mundo (2008), de Pepetela, apresenta a tentativa de extermínio da vida na Terra através de um projeto arquitetado por um grupo que se considerava como brancos “puros” e aqueles que não se enquadravam nessa categoria de pureza eram vistos como uma ameaça para o desenvolvimento da humanidade. Entretanto, o plano não tem o resultado esperado e os únicos sobreviventes são, em sua maioria, africanos. A partir disso, o objetivo deste trabalho é analisar de que forma a obra de Pepetela subverte a noção de uma “raça pura” e de superioridade do Ocidente, que resgata concepções colonialistas e imperialistas. Somado a isso, busca-se investigar a construção de estereótipos sobre o continente africano e seus povos, como inferiores e primitivos, e como a narrativa analisada os desconstrói. Propõe-se explorar também a construção do africano como inimigo, ou seja, o “não-semelhante”, cuja comunicação não é possível ou desejável, e como esse processo se relaciona ao poder e à soberania. Para as análises, consideram-se os trabalhos de Leila Leite Hernandez (2005), Stuart Hall (2016), Achille Mbembe (2017, 2018), Ribeiro (2013), dentre outros.
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