Contorções no gênero policial por Ana Paula Maia e seus homens infames, de sangue e de fé
DOI:
https://doi.org/10.22409/cadletrasuff.v35i68.61336Resumo
Propõe-se uma aproximação às narrativas Enterre seus mortos (2018) e De cada quinhentos uma alma (2021), da escritora brasileira contemporânea Ana Paula Maia, por meio da intuição de que ela pratica uma sensibilidade fabular que aponta para possibilidades de igualdade ontológica geradas pelos seres humanos mais infames, que se insurgem de algum modo contra as condições de vida que lhes são impostas. A partir disso, defendo que Ana Paula Maia aciona performaticamente estratégias das narrativas policiais, contorcendo qualquer princípio organizador. A abordagem sustenta-se nas noções de comum, igualdade e partilha do sensível de Rancière e na ideia de “homens infames”, de Foucault.
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