Intelectuais de extrema direita e a negação do Holocausto nos EUA dos anos 1960

Autores/as

  • Luiz Paulo Araújo Magalhães Programa de Pós-Graduação em História - Doutorado. Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. https://orcid.org/0000-0003-3096-4604

Resumen

Este artigo trata da negação do Holocausto como uma prática instituída em círculos da extrema-direita estadunidense entre meados e finais da década de 1960. Ele sistematiza uma investigação sobre como uma rede em potencial de intelectuais se formou em torno da prática da negação e como essa prática foi informada e informou valores e disputas desse campo político. Com isso, o artigo demonstra que a prática negadora incorpora esquemas de percepção do mundo, hábitos de pensamento, valores e visões do passado que criam ou atualizam comunidades de sentido e unidades de ação em potencial definidas, sobretudo, em relação negativa a valores e princípios das democracias liberais.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Luiz Paulo Araújo Magalhães, Programa de Pós-Graduação em História - Doutorado. Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Bacharel em Relações Internacionais, Mestre em História e Doutorando em História. Desenvolve pesquisas sobre política, intelectuais de extrema-direita e negação de crimes contra a humanidade.

Citas

APPLEBY, J.; HUNT, L.; JACOB, M. Telling the truth about history. Nova York: W.W. Norton & Cia., 1994.

ARENDT, H. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo:

Cia. Das Letras, 2004.

_______. O que é política. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

ATKINS, S. The Holocaust Denial as an International Movement. Westport: Praeger, 2003.

BAYARD, F. Comment l’idée vint à M. Rassinier: naissance du révisionnisme. Paris: Fayard, 1996.

BOURDIEU, P. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. São Paulo: Edusp,1998.

BRENNAN, J.; VOSSEN, B. van der; SCHIDTZ, D. (Orgs.). The Routledge Handbook on Libertarianism. Nova York: Routledge, 2017.

CESARINI, D. (Org.) After Eichmann: collective memory and Holocaust since 1961. Nova York: Routledge, 2005.

CHARNY, I. W. Innocent denials of know genocides: a further contribution to a psychology of denial of genocide. Human Rights Review, vol. 1, n. 3, p. 15-39, abril/junho de 2002.

______. A classification of denial of the Holocaust and other genocides. Journal of Genocide Research, vol. 5, n.1, p. 11-31, 2003.

_______. (Org). Encyclopedia of Genocide. Vol I. Santa Bárbara: Abc-Clio,1999.

DAWIDOWICZ, L. S. Lies about the Holocaust. Commentary Magazine, dez. de 1980.

DOHERTY, Brian. Radicals for Capitalism: a freewheeling history of the modern American Libertanism. Nova York: Public Affairs, 2007.

DURHAN, M. The Extreme-Right and American Politics. Nova York: Routledge, 2007.

EATWELL, R. (Org.) Western democracies and the new extreme-right challenge. Nova York: Routledge, 2004.

______. The Holocaust Denial: a study in propaganda technique. In: CHELES, L. FERGUSON, R.; VAUGHAN, M. (Org.) Neo-Fascism in Europe. Londres: Longman, 1991.

_______. Fascism: a History. Nova York: Random House, 2011.

HOGGAN, D. Der Erzwungene Krieg: die Ursachen und Urheber des 2. Weltkriegs. Tübingen: Verlag der Deutschen Hochschullehrer- Zeitung, 1961, 893 pp. Resenha de: WEINBERG, G.L.A. The American Historical Review, vol. 68, n. 1, out. 1962.

______. The Forced War: when the peaceful revision failed. Costa Mesa: Institute for Historical Review, 1989.

______. The Myth of Six Million. Sausalito: Noontide Press, 1969.

KOOGAN, K. Lost Imperium: the European Liberation Front (1949-1954). Patterns of prejudice, vol 36, n.3, 2002.

LAHAV, P. The Eichmann Trial, the Jewish Question and the American-Jewish Intelligence. B.U.L. Review, n. 555, 1992.

LIEBES, T.; HERMAN, O.; PINCHEVSKI, A. Eichmann on the Air: Radio and the Making of an Historic Trial. Historical Journal of Film, Radio and Television, v. 27, n. 1, 2007, pp. 1-25.

LIPSTADT, D. Denying the Holocaust: the growing assault on truth and memory. Nova York: Plume, 1993

LYNCH, D.; LYNCH, D. The Routledge Companion to Fascim and the Far Right. Nova York: Routledge, 2002.

MACLEAN, Nancy. Democracy in chains: the deep history of the radical right’s stealth plan for America. Nova York: Viking/Penguin Randon House, 2017.

MAGALHAES, L. P.A. Intelectuais de Extrema-direita e o negacionismo do Holocausto: o caso do Institute for Historical Review. 2019. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2019.

MORAES, L.E.S. Negacionismo: a extrema-direita e a negação da política de extermínio nazista. Boletim do Tempo Presente, n.4, 2013

______. O negacionismo e as disputas da memória: reflexões sobre intelectuais de extrema-direita e negação do Holocausto. In: Encontro de História ANPUH-Rio, 18, 2008, Rio de Janeiro: Anais do XVIII Encontro de História ANPUH-Rio, 2008.

______. O negacionismo e o problema da legitimidade da escrita sobre o passado. In: Simpósio Nacional de História, 26., 2011, São Paulo. Anais do XXVI Simpósio de História, julho/2011

MULLOY, D.J. The World of the John Birch Society: conspiracy, conservatism, and the Cold War. Nashville: Vanderbilt University Press, 2014. Ed. Digital.

MYLLER, Y, N. Creating Unity through History: The Eichmann Trial as Transition. Journal of Modern Jewish Studies, v. 1, n. 2, junho de 2002, pp. 131–149.

NOVICK, P. That noble dream: the “objectivity” and the american historical profession. Nova York: Cambridge University Press, 2005 (1988).

______. The Holocaust and collective memory. Londres: Bloomsburry, 2001.

RIGGENBACH, Jeff. Why American history is not what they say: an introduction to revisionism. Auburn: Ludwig von Mises Institute, 2009.

ROSANVALLON, P. Por uma história do político. São Paulo: Alameda, 2010

ROTHBARD, M.N. The Betrayal of American Right. Alburn: Ludwig von Mises Institute, 2007.

______. Harry Elmer Barnes, R.I.P. (Editorial) Left and Right: a journal for libertarian thought, Nova York, outono de 1968.

______. The case for Revisionism (and against a priori history). The Libertarian Forun, Nova York, fev. de 1969.

SEIDE, G. The Holocaust Denial. Leeds: Beyond the Pale, 1986.

THE Editors of Life presents a major historical document - Eichmann tells his own damning story, Part I – “I transport they ... to the butcher”. Life Magazine, v. 49, n. 22, 28 de novembro de 1960, pp. 19-16.

VIDAL-NAQUET, P. Os assassinos da memória: “Um Eichmann de Papel” e outros ensaios sobre o revisionismo. Campinas: Papirus, 1988.

YABLONKA, H. The state of Israel vs. Adolf Eichmann. Nova York: Schocken Books, 2004.

YAKIRA, E. Post-zionism, post-Holocaust: three essays on denial, forgetting, and the delegimation of Israel. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

YOCKEY, F. P. Imperium: the philosophy of history and politics. Sausalito, Noontide Press, 1961.

______. The proclamation of London. Londres: European Liberation Front, 1949. Disponível em <https://ia800300.us.archive.org/22/items/TheProclamationOfLondon/Proclamation.pdf>, acesso em 13/02/2017.

ZESKIND, L. Blood and politics: the history of the White nationalist movement from margins to mainstream. Nova York: Farrar, Strauss & Girroux, 2009.

##submission.downloads##

Publicado

2020-05-28

Cómo citar

Araújo Magalhães, L. P. (2020). Intelectuais de extrema direita e a negação do Holocausto nos EUA dos anos 1960. Revista Cantareira, (33). Recuperado a partir de https://periodicos.uff.br/cantareira/article/view/40752

Número

Sección

Dossiê Temático