"Ganga Zumba" e "Quilombo" de Cacá Diegues: duas utopias para o amplo presente
Mots-clés :
Ganga Zumba, Quilombo, Cacá Diegues, utopia.Résumé
Trata-se neste artigo de analisar os filmes Ganga Zumba (1964) e Quilombo (1984) pela marcante experiência de temporalidade construída na narrativa e estética cinematográficas do cineasta Cacá Diegues. De Ganga Zumba a Quilombo experimenta-se a constância do mesmo movimento temporal. A utopia no presente volta-se para organizar o passado em direção ao futuro prometido. O que os distingue nesse movimento comum entre as dimensões do tempo, em constante projeção para o futuro, irrompe no encontro das películas com os acontecimentos históricos propriamente ditos. A forte influência do cinema novo, carregado de sentido crítico e ideológico, nesse interregno da ditadura militar, retrocede para conceder generosos espaços para a valorização da cultura negra. Carrega-se na comparação entre os filmes a percepção contemporânea de fim do sentido de progressão histórica (GUMBRECHT, 2011). A força utópica de Quilombo abandona o horizonte de expectativa de futuro políticorevolucionário de Ganga Zumba, para contemplá-lo em tons carnavalescos (BAKHTIN, 1993).
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