“Consumo, ergo sum" (ou consumo, logo existo)
DOI:
https://doi.org/10.22409/conflu13i1.p171Resumo
A paráfrase proposital da famosa expressão de Descartes, “Cogito, ergo sum” – “penso, logo existo” -, tem o propósito de chamar a atenção para o significado socialmente transcendente do consumo nas sociedades contemporâneas. Se é verdade que o consumo é parte integrante e fundamental do processo vital de todos nós ao longo da história, nas circunstâncias atuais de um capitalismo globalizado em permanente expansão, ele adquire um sentido novo e particularmente importante para estas sociedades. Na verdade, se a construção da cidadania esteve até há poucas décadas intrinsecamente ligada ao fenômeno do trabalho, ela agora encontra no consumo um dos seus pilares mais importantes, especialmente no contexto das transformações radicais por que passa o mundo do trabalho neste início de século. O propósito do presente artigo é, neste sentido, explorar as relações de mútua determinação existentes, no contexto da pós-modernidade, entre consumo e cidadania, considerando os diferentes aspectos envolvidos na sua articulação, como a construção da identidade pessoal e coletiva, os padrões de produção e consumo, a relação entre ética e consumo, entre outros, com vistas à discussão acerca da possibilidade ou não de um consumo socialmente justo e ambientalmente sustentável.Downloads
Referências
Bauman, Zygmunt. “O Mal-estar da Pós-Modernidade”, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro,
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. “Nosso Futuro Comum”,
Editora da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1991.
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. “Agenda 21”,
Senado Federal, Brasília, 3 Edição, 2001.
Giannetti, Eduardo. Entrevista, in, Feldmann, Fábio e Crespo, Samyra (Eds.). “Consumo,
Ética e Cidadania”, da Série “Consumo Sustentável”, Ministério do Meio Ambiente e
Instituto de Estudos da Religião (ISER), Brasília, Vol. I, 2003, pgs. 90-91.
Giddens, Anthony. “As Conseqüências da Modernidade”, Editora Unesp, São Paulo, 1991.
_______________ “Modernidade e Identidade”, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2002.
_______________ “Sociologia”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2004.
Guimarães, Ricardo. Entrevista, in, Feldmann, Fábio e Crespo, Samyra (Eds.). “Consumo,
Identidade e Prazer”, da Série “Consumo Sustentável”, Ministério do Meio Ambiente e
Instituto de Estudos da Religião (ISER), Brasília, Vol. III, 2003;
Harvey, David. “A Condição Pós-Moderna”, Editora Loyola, São Paulo, 1992.
Hirschman, Albert O. “De Consumidor a Cidadão. Atividade Privada e Participação na Vida
Pública”, Editora Brasiliense, São Paulo, 1983.
Jameson, Fredric. “Pós-Modernismo, a lógica cultural do capitalismo tardio”, Editora Ática,
São Paulo, 1996;
Lyotard, Jean-François. “A Condição Pós-Moderna”, José Olympio Editora, Rio de Janeiro,
Marx, Karl. “Para a Crítica da Economia Política”, Coleção “Os Pensadores”, Ed. Abril
Cultural, Rio de Janeiro, 1974;
__________ “O Capital”, Livro 1, Vol.1., Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro,
;
__________ “O Manifesto Comunista”, Edições Sociais, São Paulo, s/d.
Habermas, Jürgen. “Teoría de la Acción Comunicativa”, Ed. Taurus, Espanha, Vol. 2, 1999.
Lipovetsky, Gilles. “El Crepúsculo del Deber”, Editorial Anagrama, Barcelona, 2005.
Mcluhan, Marshall. “Os Meios de Comunicação como extensão do homem”, Ed. Cultrix, São
Paulo, 1969.
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). “Relatório do
Desenvolvimento Humano” , Brasília, 1998.
Weber, Max. “Classe, Estamento, Partido”, in, Wright Mills, C. et al, “Max Weber. Ensaios
de Sociologia”, Zahar Editores, Rio de Janeiro, 3 Edição, 1974;
___________“A Ciência como Vocação”, in, Wright Mills, C. et al, “Max Weber. Ensaios de
Sociologia”, Zahar Editores, Rio de Janeiro, 3 Edição, 1974.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Possuem permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.