A Ambivalência de ser conciliador: como eles se veem e são vistos

Autores

  • Victor Cesar Torres de Mello Rangel Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.22409/conflu15i2.p324

Palavras-chave:

Conciliação, Autoridade, Sujeição

Resumo

Busco nesse artigo descrever e analisar as motivações que levam estudantes de Direito e advogados trabalharem como conciliadores em um Juizado Especial Criminal (JECrim). Escrevo a partir da experiência que tive como conciliador em um juizado localizado na região central da cidade do Rio de Janeiro que pode ser pensada como uma “participação observante” (WACQUANT: 2008). O artigo enfoca o cotidiano das relações entre conciliadores, funcionários e usuários, especialmente os advogados, supostas vítimas e acusados. Procuro também analisar como os conciliadores são vistos pelos diversos atores que compõem o juizado e, principalmente, como eles próprios veem sua função.

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Biografia do Autor

Victor Cesar Torres de Mello Rangel, Universidade Federal Fluminense

Doutorando em Antropologia pela Federal Fluminense. Pesquisador do Núcleo Fluminense de Estudos e pesquisas - NUFEP/UFF e Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos - INCT/InEAC. Bolsista de doutorado financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES.

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Publicado

2013-12-04

Como Citar

Rangel, V. C. T. de M. (2013). A Ambivalência de ser conciliador: como eles se veem e são vistos. Confluências | Revista Interdisciplinar De Sociologia E Direito, 15(2), 61 - 74. https://doi.org/10.22409/conflu15i2.p324

Edição

Seção

Artigos