PRISÃO E LITERATURA: UMA NARRATIVA ENTRE A CONSTITUIÇÃO DEMOCRÁTICA E O ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL
DOI:
https://doi.org/10.22409/conflu20i2.p549Palavras-chave:
Constituição, Prisão, Literatura.Resumo
O objetivo do presente artigo é destacar aspectos importantes da pesquisa sobre o sistema prisional brasileiro, em 30 anos de Constituição democrática. Para tanto, utilizou-se de dados quantitativos fornecidos pelo Ministério da Justiça e também do Conselho Nacional de Justiça, decisões de grande repercussão proferidas pelo Supremos Tribunal Federal e de teorias sociológicas e criminológicas. Além dessas informações institucionais e acadêmicas, a pesquisa buscou analisar qualitativamente as prisões a partir da literatura de cárcere produzida pelo escritor Samuel Lourenço. Os resultados encontrados demostraram uma constate deterioração do sistema prisional brasileiro e a sistêmica violação aos direitos fundamentais, concluindo-se que a “questão penal” não é determinada apenas por regimes de governo, mas também por nossas sensibilidades punitivas.Downloads
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 15ª ed. São Paulo: Hucitec, 2009.
BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito penal. 3ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 2002.
BOSI, Alfredo. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
BRASIL. Código de Processo Penal. Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>. Acesso em: 06 abr. 2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 06 abr. 2018.
BRASIL. Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979. Concede anistia e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6683.htm>. Acesso em: 02 abr. 2018.
BRASIL. Mensagem nº 81 de 1979 (CN). Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-6683-28-agosto-1979-366522-veto-27780-pl.html>. Acesso em: 02 abr. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 347, Brasília, DF, 9 set. 2015. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=298600>. Acesso em: 01 abr. 2018.
CAMPOS, Carlos Alexandre de Azevedo. O Estado de Coisas Inconstitucional e o litígio estrutural. Consultor Jurídico, 2015. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2015-set-01/carlos-campos-estado-coisas-inconstitucional-litigio-estrutural>. Acesso em: 01 abr. 2018.
CHRISTIE, Nils. Uma razoável quantidade de crime. Rio de Janeiro: Revan, 2011.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. CNJ divulga dados sobre nova população carcerária brasileira. Disponível em <http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=28746%3Acnj-divulga-dados-sobre-nova-populacao-carceraria-brasileira&catid=223%3Acnj&Itemid=4640>. Acesso em 01 abr. 2018.
COUTINHO, Priscila. A má-fé da justiça. In: SOUZA, Jessé. A ralé brasileira: quem é e como vive. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2016.
FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão – Teoria do garantismo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 37ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
HOOKS, bell. Linguagem: ensinar novas paisagens/novas linguagens. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 2008.
HUGO, Victor. O último dia de um condenado. São Paulo: Estação Liberdade, 2010.
LEVANTAMENTO NACIONAL DE INFORMAÇÕES PENITENCIÁRIAS – Infopen. Brasília: Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2017.
LEVANTAMENTO NACIONAL DE INFORMAÇÕES PENITENCIÁRIAS – Infopen. Brasília: Ministério da Justiça, 2015a.
LEVANTAMENTO NACIONAL DE INFORMAÇÕES PENITENCIÁRIAS – Infopen mulheres. Brasília: Ministério da Justiça, 2015b.
LOPES, Ricardo Ferraz Braida. Estudo sobre a Literatura de Cárcere: a liberdade de um discurso. Dissertação – UFJF, 2014.
LOURENÇO, Samuel. Crônicas Penais de uma injustiça crônica. Disponível em: <https://www.facebook.com/samuel.lourenco.900>. Acesso em 15 dez. 2017.
MOUTINHO, Laura. Diferenças e desigualdades negociadas: raça, sexualidade e gênero em produções acadêmicas recentes. Cadernos Pagu, v. 42, 2014.
NEVES, Fernando Henrique Cardoso. Abolicionismo Penal e Extensão Universitária. Monografia – UFF, 2016.
_________. Sensibilidade Punitiva e formação jurídico-penal: uma análise empírica. Confluências| Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito, v. 18, n. 2, p. 93-110, 2016.
NEVES, Marcelo. A Constitucionalização simbólica. São Paulo: Editora Acadêmica, 1994.
PASSETTI, E. (2004). A atualidade do abolicionismo penal. Curso livre de abolicionismo penal. Rio de Janeiro: Revan, 9-68.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Violência, Encarceramento, (In) Justiça: Memórias de histórias reais das prisões paulistas. Revista de Letras, São Paulo, v. 43, n. 2, 2003. Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/letras/article/view/303. Acesso em 12 jul. 2014.
SOUZA, Jessé. A gramática social da desigualdade brasileira. RBCS, v. 19, n. 54, 2004.
SYKES, G. M. The society of captives: A study of a maximum security prison. Princeton University Press, 1958.
TARTAGLIA, Cesar. O dia do perdão. O Globo, Rio de Janeiro, p. 1, 29 ago. 1979. Disponível em <http://memoria.oglobo.globo.com/jornalismo/reportagens/o-dia-do-perdatildeo-8837247>. Acesso em 3 abr. 2018.
WACQUANT, Loïc. Punir os pobres: A nova gestão da miséria nos Estados Unidos. 3ª edição. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Possuem permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.