OS EFEITOS PERVERSOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

a democracia, o estado de direito e a distribuição de desigualdades e poder no mundo

Autores

  • João Pedroso Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra/Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
  • Wanda Capeller SciencePO Toulouse/ Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
  • Andreia Santos Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.22409/conflu.v25i3.60052

Resumo

O impacto das novas tecnologias e a conformação do mundo atual à disrupção tecnológica, principalmente, promovida pelos avanços na inteligência artificial (IA), tem sido visível quer pelos seus efeitos positivos, como negativos. Enquanto pelo lado positivo, a inovação tecnológica cria novas possibilidades quanto ao tratamento de dados e informação, no sentido de melhorar tarefas e práticas quotidianas das sociedades, por outro lado, os seus efeitos perversos têm fragilizado os princípios democráticos, do estado de direito e da justiça social. Neste artigo analisam-se os referidos efeitos perversos em quatro dimensões da vida em sociedade: 1) a desumanização e desestabilização da sociedade através de novas formas algorítmicas e conteúdos “artificiais”; 2) o favorecimento e tendências totalitárias através do controlo social, da vigilância e da falta de privacidade; 3) a desinformação e a manipulação de dados no funcionamento político das sociedades; 4) e a reconfiguração das desigualdades socioeconómicas e de distribuição de poder no mundo. Daqui resulta a necessidade e importância da sua regulação jurídica, bem como o aprofundamento de uma análise e interpretação sociojurídica que possa contribuir para o robustecimento da democracia, do Estado de direito e da justiça social.

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Biografia do Autor

João Pedroso, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra/Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

Jurista e sociólogo do direito. Licenciado em Direito (1983), Mestre (2002) e Doutor (2013) em Sociologia do Estado, do Direito e da Administração, pela Universidade de Coimbra. Professor auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É cocoordenador do Doutoramento em “Sociologia do Estado, do Direito e da Justiça” da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Wanda Capeller, SciencePO Toulouse/ Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

Professora Emérita da Universidade francesa (SciencesPo-Toulouse, França). É Doutora em Direito e Ciência Política pela Universidade de Picardie (Amiens, França), e obteve o título de Pós-Doutoramento em Sociologia do Direito pela Universidade de Ciências Sociais de Toulouse (França). Atualmente é Professora Convidada do Programa de Doutoramento Sociology of Law, State and Justice do CES-Universidade de Coimbra e Scientific Adviser do Projeto Europeu URBINAT do CES- Universidade de Coimbra.

Andreia Santos, Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

Andreia Santos é socióloga e doutora em Sociologia, no âmbito do Programa de Doutoramento em "Relações de Trabalho, Desigualdades Sociais e Sindicalismo" da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Tem experiência em investigação científica, com participação em diversos projetos de investigação do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, tendo publicações nas áreas em que os mesmos se desenvolveram (relações laborais, direito do trabalho, sindicalismo, direitos sociais, etc.).

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Publicado

2023-12-01

Como Citar

Pedroso, J., Capeller, W., & Santos, A. (2023). OS EFEITOS PERVERSOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: a democracia, o estado de direito e a distribuição de desigualdades e poder no mundo. Confluências | Revista Interdisciplinar De Sociologia E Direito, 25(3), 230-253. https://doi.org/10.22409/conflu.v25i3.60052