MOBILIZAÇÃO LEGISLATIVA NEOCONSERVADORA NO BRASIL E DIREITOS DAS MULHERES

da Constituinte de 1987-1988 ao PL 1904/2024

Autores

  • Adriana Vidal de Oliveira Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
  • Isabelle Augusto Faria Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

DOI:

https://doi.org/10.22409/conflu.v26i3.64939

Resumo

Ainda que as mobilizações feministas em torno da Assembleia Constituinte de 1987-1988 tenham desempenhado um importante papel de impedir o retrocesso dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, o neoconservadorismo crescente nos espaços legislativos trouxe à tona narrativas de restrição ao aborto legal previsto no Código Penal desde 1940. Diante disso, o presente artigo pretende demonstrar a influência neoconservadora na busca por moldar políticas sobre o tema, criando barreiras que impedem não apenas a ampliação dos direitos reprodutivos, mas a aplicação da hipótese legal. Pela análise, em contraste, das discussões apresentadas no momento de renovação constitucional e, atualmente, do Projeto de Lei nº 1.904/2024 da Câmara de Deputados, constata-se o apego das bancadas religiosas à argumentos científicos como ferramentas de reforço às posições morais preexistentes, especialmente no que tange à proteção da vida do feto desde a concepção e a equiparação do aborto ao homicídio, sobretudo, em casos de viabilidade fetal. Neste cenário, a resistência contra os direitos sexuais e reprodutivos, em especial o direito ao aborto, é apresentada como parte de um esforço coordenado de setores conservadores para aproximar a religião do direito e reverter avanços feministas.

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Biografia do Autor

Adriana Vidal de Oliveira, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Doutora em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-Rio (2012). Atualmente é Coordenadora Central de Educação Continuada da PUC-Rio, professora de Direito Constitucional e de Teorias feministas e relações de gênero na graduação em Direito e professora de Direito Constitucional Comparado no Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Teoria do Estado e Direito Constitucional. É professora vinculada à Red Latinoamericana de Académicas/os del Derecho (Red Alas), dedicada ao ensino do Direito para a inclusão das perspectivas de gênero e sexualidade nos conteúdos e na metodologia jurídica.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8002400150496526

Isabelle Augusto Faria, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio (2024). Pós-graduada em Direito das Famílias e Sucessões na PUC-Rio (2023). Pesquisadora Voluntária do Projeto de Pesquisa Diálogos sobre Justiça Reprodutiva: normas jurídicas, políticas públicas e práticas de litígio (DIJURE).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7233307857859351

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Publicado

2025-01-31

Como Citar

VIDAL DE OLIVEIRA, A.; AUGUSTO FARIA, I. MOBILIZAÇÃO LEGISLATIVA NEOCONSERVADORA NO BRASIL E DIREITOS DAS MULHERES: da Constituinte de 1987-1988 ao PL 1904/2024. Confluências | Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito, v. 26, n. 3, p. 145-170, 31 jan. 2025.