“BRINCANDO DE GATO E RATO” NO COMPLEXO DO ALEMÃO: UPPs, “ESTICAS” E “ACORDO DE CAVALHEIROS” NA NOVA BRASÍLIA E NO ALEMÃO
DOI:
https://doi.org/10.22409/conflu16i3.p368Palabras clave:
Polícia, pacificação, EstadoResumen
O objetivo deste artigo é analisar, a partir de etnografia realizada no conjunto de favelas do Complexo do Alemão (RJ), formas pelas quais os agentes do estado gerem a nova forma de ocupação do território através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Entendo a ação destes agentes como determinadas por dispositivos de controle que objetivam uma gestão moral da vida e do cotidiano das populações locais, que vai além do controle das armas e da repressão ao tráfico de drogas. Na primeira parte, investigo três situações aos quais considero simbolicamente relevantes para o entendimento das tensões, aproximações e resistências do encontro das populações locais com certos agentes do estado, os policiais militares: a negociação para liberação de eventos culturais; as abordagens policiais àqueles que têm "atitudes suspeitas"; e as patrulhas realizadas pelos GTPPs (Grupamentos Táticos de Polícia de Proximidade) em busca de drogas e armas pelos becos e vielas do território. Desta forma, pretendo entender alguns aspectos que considero vitais para a discussão dos dispositivos acionados pelo estado na ocupação e gestão das populações faveladas em território sob controle das UPPs.
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