Publicado o segundo número de 2022!
Apresentamos ao público novo número da Revista Confluências. Estamos felizes de que esse número mais uma vez faz jus ao caráter inter e multidisciplinar da revista, casada com a diversidade de perspectivas e temas relativos a diversos fenômenos sociais que fazem da ordem social o que ela é.
Estamos ainda mais felizes por inaugurar uma nova seção da revista. Nesta edição, começamos a publicar entrevistas com atores e atrizes-chaves nos diversos campos de estudos das ciências sociais e humanas. Para inaugurar essa seção, temos duas excelentes entrevistas com pioneiras e figuras-chave nos estudos feministas. Uma das entrevistas é com a Professora do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal Fluminense Hildete Pereira de Melo Hermes de Araújo. A outra, com as professoras Alexandrine Guyard-Nerdelec, emérita da Universidade Paris-I (Panthéon-Sorbonne) e Rosemary Auchimuty, emérita da Universidade de Reading. Ambas são imperdíveis para entender de onde vêm, como estão e para onde vão os estudos feministas.
Na seção de artigos originais, destacamos, em primeiro lugar, estudos que seguem a abordagem da questão feminista e de gênero. Artigos deste número da revista abordam criticamente a questão jurídica e social da violência e da exploração contra mulheres, seja dentro do campo jurídico, como violência simbólica do poder, seja no campo social mais amplo, como violência econômica, social, patriarcal em geral, seja ainda na maneira como o próprio direito procura fomentar os direitos das mulheres, especialmente as mulheres negras, através da atuação de agências como o Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos.
Destaque também para a abordagem das agências de controle social, em temas como a letalidade policial e seu tratamento na literatura acadêmica, na penalização de condutas sociais marginalizadas como a vadiagem e na atuação de gestores do sistema prisional.
Além do aspecto do gênero, os direitos humanos são também tratados nessa edição sob a visão da proteção da memória do/as defensore/as desses direitos, no reconhecimento de identidades em sociedades plurais e no tratamento da questão migratória de refugiados venezuelanos no Brasil.
Artigos sobre direito e tecnologia, crítica à recepção no direito brasileiro do funcionalismo sociojurídico e das políticas públicas para idosos e juventude completam a edição da revista.
A leitura deste número certamente ajudará o leitor a ter uma visão panorâmica e atual acerca de questões recorrentes nas ciências sociais e humanas, como identidade, gênero, raça, justiça criminal, entre outras. Esse número também mostra que essas questões recorrentes precisam ser sempre revisitadas, sob diversas perspectivas e métodos, tendo em vista sua constante (re)apresentação como causa, resultado e método de geração de fenômenos sociais que impactam a vida das pessoas, coletividades e da sociedade em geral.
João Pedro Chaves Valladares Pádua e Equipe Editorial