DISCURSIVIDADES EM MOVIMENTO NO INTERROGATÓRIO DE SUZANE RICHTHOFEN
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https://doi.org/10.22409/conflu15i1.p301Mots-clés:
discurso – posição sujeito – condições de produçãoRésumé
O presente trabalho se propõe a analisar o Termo deInterrogatório do Caso Richthofen,constante nos autos de Ação Penal Pública, processo n. 052.02.4354-8 do ITribunal de Juri da Cidade de São Paulo-SP em que se configura como interrogada,Suzane Louise Von Richthofen. Trata-sede um recorte da dissertação de Mestrado em Linguistica intitulada Dai a Césaro seu filho verdadeiro: o discurso sobre a anormalidade e suas implicações noCaso Richthofen. A construção do dispositivo analítico a serempreendida sustenta a nossa filiação teórica à Análise de DiscursoMaterialista, pela qual procuraremos compreender como os objetos simbólicosproduzem sentidos por/para sujeitos. Para tanto, tomaremos como fundamento anoção de formação discursiva, que deriva das condições de produção, nas quaisos sujeitos se inscrevem ao tomar posição diante do dizer. Antes de partirmos para a análise propriamentedita, consideramos necessário fazermos uma apresentação dos fatos quecompõem o Caso Richthofen, descrevendo,para tanto, as informações constantes no Boletim de Ocorrência nº. 1.657/02, de31 de outubro de 2002 do 27º Distrito Policial de São Paulo, que perfazem afase investigatória dos autos de Ação Penal Pública. Em seguida, analisamos as discursividades postas em circulação noInterrogatório do Caso Richthofen, vinculado à Ação Penal Pública, buscando darvisibilidade aos funcionamentos discursivos derivantes dos processosparafrásticos, presentes em referido corpus. Esse recorte, ao sertomado como materialidade significante, permite-nos operar com os deslizamentosparafrásticos e metafóricos produzidos pela depoente e pela juíza, instalandogestos que marcam os sujeitos e os sentidos, pois nos modos de reinscrever odiscurso, as posições sujeito em análise (de Suzane, da autoridade julgadora) produzem a repetição do mesmo e,ao mesmo tempo, por uma tensão constitutiva do dizer, conforme afirma Orlandi(2010), a instalação do novo. As sequências discursivas, que recortamos dosmateriais de análise, devem dar visibilidade aos modos como o sentido não se dáfora da ideologia, ou seja, ele é marcado ideologicamente, concorrendo, paraesse funcionamento, as condições de produção do dizer.Compreendemos, então, com Pêcheux (1988) e com Orlandi(2010) que o sentido não existe em si mesmo, mas é determinado pelas posiçõesideológicas, colocadas em jogo no processo sócio-histórico em que as palavrassão produzidas. De outro modo, os sentidos mudam segundo as posições daquelesque as empregam, não tendo sua origem no sujeito, mas se realizandonecessariamente no sujeito.É, pois, com base nessa conjuntura teórica quepretendemos explorar – através das marcas, pistas e traços do processodiscursivo, materializados pela língua na história, presentes, portanto, nasuperfície linguística dos respectivos recortes – o movimento teóricoempreendido pelo projeto pêcheutiano de juntar, a um só tempo, a linguística, apsicanálise lacaniana e o materialismo althusseriano.##plugins.generic.usageStats.downloads##
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