PRODUÇÃO DE MANDATOS POPULARES E POLÍTICA DE PARTE: estratégias de transformação não centradas no Estado, reflexões a partir da experiência uruguaia
DOI:
https://doi.org/10.22409/conflu.v21i2.34709Palavras-chave:
Lutas Sociais. Estado. Mandatos. Política de Parte. Uruguai.Resumo
A problemática central está ligada às formas políticas que desafiam a centralidade do Estado nas lutas sociais e nas ações dos movimentos populares no Uruguai. A partir do estudo de duas lutas passadas – a dos sindicatos na década de 1960 e contra a privatização da água no início dos anos 2000, emerge a partir de traços esquecidos uma forma política que desafia a política estadocêntrica, desde o exercício da construção dos mandatos populares assentados em uma política de parte. A produção de mandatos pressupõe a alteração na relação entre comando e obediência de maneira momentânea, desdobrando a luta social a fim de que os governantes obedeçam o mandato, como uma forma de incidência em âmbitos das instituições do Estado, sem a pretensão de ocupar esses espaços ou abandonar os seus próprios. Enquanto que a política de parte aborda meticulosamente a tarefa de moldar de forma autônoma à parte ao tempo que tenta, através de mandatos, atingir as relações de força com as demais partes que incidem na questão específica, tentando um novo reequilíbrio de partes.
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