BOLSONARO E A ESTRATÉGIA POLÍTICA DE POLARIZAÇÃO: da campanha à presidência

Autores

  • Ariel Goldstein CONICET

DOI:

https://doi.org/10.22409/conflu.v22i3.47123

Resumo

Durante a campanha presidencial de 2018, o candidato Jair Bolsonaro incentivou e se beneficiou de uma "onda antipetista" existente no eleitorado, baseada em denúncias de corrupção contra os governos Lula e Dilma Rousseff (2003-2016). Isso lhe permitiu obter apoio fundamental em sua candidatura à presidência. O candidato promoveu uma divisão entre os que apoiavam os governos do PT e seus detratores para alimentar sua candidatura, capitalizando o antipetismo. Sua campanha estava construindo representações dicotômicas para manter sua base conservadora unificada. Levantou questões divisórias em diferentes esferas do debate público, como o lugar da mulher na sociedade, o medo da transferência para o Brasil da crise venezuelana em caso de triunfo do PT e os problemas de segurança pública, que foram centrais para o sucesso de sua estratégia de campanha.
O uso de uma representação estereotipada das mobilizações #Elenao ocorridas em setembro de 2018, foi fundamental em sua estratégia de polarização para correr em defesa de um Brasil conservador, respeitador de tradições e hierarquias. A originalidade do artigo está em mostrar como a polarização, já presente nos anos de Lula e Dilma Rousseff, vai de uma clivagem por nomeação econômica (ricos-pobres) para uma divisão de cunho moral (conservador-esquerdista).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2020-12-02

Como Citar

Goldstein, A. (2020). BOLSONARO E A ESTRATÉGIA POLÍTICA DE POLARIZAÇÃO: da campanha à presidência. Confluências | Revista Interdisciplinar De Sociologia E Direito, 22(3), 244-268. https://doi.org/10.22409/conflu.v22i3.47123