A JUSTIÇA ENQUANTO PROBLEMA

UMA LEITURA DE GRANDES ESPERANÇAS

Autores

  • Julio Cesar de Oliveira Vellozo Professor Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie
  • Juliana Cunha Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.22409/rcj.v9i24.45025

Palavras-chave:

Charles Dickens, Grandes Esperanças, Liberdade, Direito e Literatura, Justiça, História do Direito

Resumo

Este artigo discute como o sistema judiciário inglês é representado na obra de Charles Dickens, focalizando para isso o romance Grandes Esperanças. O fato de que Dickens traçava um quadro bastante crítico de toda a administração da Justiça na Inglaterra é algo que já foi observado por diversos comentaristas de sua obra. Nosso objetivo é mostrar como um dos resultados dessa crítica ao Direito e às suas instituições seria desmistificar o senso comum disseminado desde o século XVIII na Europa continental de que a Constituição inglesa teria conseguido construir uma sociedade livre. Para isso, buscamos apresentar aspectos biográficos, inventariar parte da crítica especializada em Dickens e tratar a obra do autor à luz de discussões sobre o exemplo inglês feitas no início do século XIX.

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Biografia do Autor

Julio Cesar de Oliveira Vellozo, Professor Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Professor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, doutorando em História Social/USP.

Juliana Cunha, Universidade de São Paulo

Mestranda do Departamente de Teoria Literária da USP.

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Publicado

2022-12-31