A JUSTIÇA ENQUANTO PROBLEMA

UMA LEITURA DE GRANDES ESPERANÇAS

Autores

  • Julio Cesar de Oliveira Vellozo Professor Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie
  • Juliana Cunha Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.22409/rcj.v9i24.45025

Palavras-chave:

Charles Dickens, Grandes Esperanças, Liberdade, Direito e Literatura, Justiça, História do Direito

Resumo

Este artigo discute como o sistema judiciário inglês é representado na obra de Charles Dickens, focalizando para isso o romance Grandes Esperanças. O fato de que Dickens traçava um quadro bastante crítico de toda a administração da Justiça na Inglaterra é algo que já foi observado por diversos comentaristas de sua obra. Nosso objetivo é mostrar como um dos resultados dessa crítica ao Direito e às suas instituições seria desmistificar o senso comum disseminado desde o século XVIII na Europa continental de que a Constituição inglesa teria conseguido construir uma sociedade livre. Para isso, buscamos apresentar aspectos biográficos, inventariar parte da crítica especializada em Dickens e tratar a obra do autor à luz de discussões sobre o exemplo inglês feitas no início do século XIX.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Julio Cesar de Oliveira Vellozo, Professor Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie
    Professor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, doutorando em História Social/USP.
  • Juliana Cunha, Universidade de São Paulo
    Mestranda do Departamente de Teoria Literária da USP.

Referências

BADINTER, Elisabeth. As paixões intelectuais. Vol. 3: A vontade de poder (1762-1778). Trad. Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

BLACKSTONE, William. Commentaries on the Laws of England. Portland: Thomas B. Wait & Co., 1807, vol. 1.

BLACKSTONE, William. Commentaries of Constitution. Chicago: University of Chicago Press, 1979, vol. 4.

BLOOM, Harold (org). Charles Dickens’s Great Expectations. Bloom’s guide: comprehensive study guides. Filadélfia: Chelsea House, 2005.

BUTTS, DENIS. Macmillan Master Guide to Bleak House by Charles Dickens. Londres: Macmillan, 1986.

CHRISTIANSEN, Rupert. Dicken’ Attitude to the Law. Disponível em: http://exec.typepad.com/greatexpectations/dickens-attitude-to-the-law.html. Acessado em: 31/05/2018.

CLAVERO, Bartolomé. Happy Constitution. Cultura y lengua constitucionales. Madrid: Editorial Trotta, 1997.

DAVID, René. O Direito inglês. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

DICKENS, Charles. Bleak House. Nova Iorque: Barnes & Noble Classics Series, 2005.

________. Grandes Esperanças. Trad. Paulo Henriques Britto. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2012.

________. Great Expectations. Oxford: Oxford University Press, 2008.

________. Oliver Twist. EBD, ebook sem data.

FYFE, Thomas Alexander. Charles Dickens and the Law. Edimburgo: William Hodge & Company, 1910.

GREEN, Thomas Andrew. ‘The English criminal trial jury and the law-finding traditions on the eve of the French Revolution”. Em: SCHIOPPA, Antonio Padoa (org.). The Trial Jury in England, France, Germany (1700-1900). Berlim: Duncker and Humblot, 1987.

LANGBEIN, John. ‘The English criminal trial jury on the Eve of the French Revolution”. Em: SCHIOPPA, Antonio Padoa (org.). The Trial Jury in England, France, Germany, 1700-1900. Berlim: Duncker & Humblot, 1987.

LYNCH, Christian Edward Cyril. O discurso político monarquiano e a recepção do conceito de poder moderador no Brasil (1822-1824). Rio de Janeiro: Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, vol. 48, nº 3, 2005.

MACHELON, Jean-Pierre. ‘Les idées politiques de J.L De Lolme”. Edition Facsimile. Paris: Presses Universitaires de France, 1969. Em: LOLME, Jean Louis de. The Constitution of England. Livros I e II. Nova Iorque: Arno Press, 1979.

MITCHELL, Sally (ed). Victorian Britain: An Encyclopedia. Nova Iorque: Garland, 1998.

MONTESQUIEU. Charles-Louis de Secondat. ‘L’Esprit des lois”. Em: Oeuvres Complètes de Montesquieu. Tome Premier. Paris: Chés À Belin, 1817.

MOSS, Joyce. British and Irish Literature and Its Times: The Victorian Era to the Present (1837–). Londres: Gale, 2001.

ORWELL, George. ‘Charles Dickens”. Em: ORWELL, George. Inside the Whale and Other Essays. Londres: Gollancz, 1940. Disponível em: http://orwell.ru/library/reviews/dickens/english/e_chd. Acessado em: 31/05/2018.

PAROISSIEN, David. Selected Letters of Charles Dickens. Londres: Macmillan, 1985.

PARK, John James. Los dogmas de la Constituição. Trad. Ignacio Fernández Sarasola. Madrid: Tecnos, 2015.

PHILIPS, David. "A New Engine of Power and Authority: The Institutionalization of Law-Enforcement in England, 1780 – 1830." Em: Crime and the Law: The Social History of Crime in Western Europe since 1500. Londres: Europa, 1980.

RICHARDSON, Ruth. Charles Dickens and the workhouse. Oxford: Oxford University Press, 2012.

STAËL, Madame de. Diez años de destierro. Barcelona: Penguin Clásicos, 2016.

________. La literatura y su relación con la sociedad. Trad. Xavier Roca-Ferrer. Madrid: Berenice, 2015..

SUANZES, Joaquín Varela. ‘La monarquía en la teoría constitucional britânica durante el primer tercio del siglo XIX”. Em: Quaderni fiorentini per la storia del pensiero giuridico moderno, nº 23, 1994.


TROTTER, David. ‘Introdução”. Em: DICKENS, Charles. Grandes Esperanças. Trad. Paulo Henriques Britto. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2012.

WINOCK, Michel. As vozes da liberdade: os escritores engajados do século XIX. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

WOLOCH, Alex. The One vs. the Many: Minor Characters and the Space of the Protagonist in the Novel. Princeton: Princeton University Press, 2003.

KAPLAN, Fred. Dickens: A Biography. Nova Iorque: Open Road Media, 2013.

Publicado

2022-12-31