A FUNÇÃO DA SADIA QUALIDADE DE VIDA A PARTIR DA RESSIGNIFICAÇÃO PRINCIPIOLÓGICA NO CONTEXTO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL

Autores

  • André Augusto Giuriatto Ferraço Universidade de Brasília - UnB
  • Gabriela Garcia Batista Lima Moraes Universidade de Brasília - UnB

DOI:

https://doi.org/10.22409/rcj.v5i11.610

Palavras-chave:

Sadia qualidade de vida, Internacionalização, Sistema interamericano de direitos humanos, Ressignificação./ Keywords, Healthy quality of life, Internationalization, Inter-American System of Human Rights, Redetermination/ Palabras clave, Calidad de vida...

Resumo

Artigo investiga a função do princípio da sadia qualidade de vida constitucionalmente erigido em um diálogo com as decisões do sistema interamericano de direitos humanos diante do fenômeno da internacionalização. Três décadas após a promulgação da constituição federal de 1988, permanece incerta a função desempenhada pelo princípio em análise: seria este um garantidor de direitos humanos ou um objetivo constitucional de caráter programático? Diante do marco teórico da internacionalização de direitos humanos, a revisão bibliográfica e jurisprudencial nacional e internacional, propõe a mudança de perspectiva na abordagem conferida quanto ao bem a ser tutelado e ao meio garantidor de tal tutela, medida em que é possível entender a função performativo-garantidora da sadia qualidade de vida como elemento de conexão entre o direito ambiental e os direitos humanos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

André Augusto Giuriatto Ferraço, Universidade de Brasília - UnB

Mestrando em Direito pela Universidade de Brasilia - UnB - na Linha Internacionalização, Trabalho e Sustentabilidade, com ênfase em Sustentabilidade, Meio Ambiente e Direitos Humanos. Membro do Grupo de Estudos em Direito, Recursos Naturais e Sustentabilidade, da Universidade de Brasília - GERN/UnB. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Vitória - FDV.

Gabriela Garcia Batista Lima Moraes, Universidade de Brasília - UnB


Professora de Direito Ambiental da Universidade de Brasília – UnB, Codiretora do grupo de Estudos Direito dos recursos naturais e sustentabilidade (GERN-UnB), Coordenadora de Extensão da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília e Doutora em Direito pela Universidade de Aix-Marseille-França e pelo Centro Universitário de Brasília.

Referências

BECK, Ulrich. La sociedaddelriesgo global. España: SigloVeintiuno, 2002.

______. Sociedade de Risco. Rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2013.

BENJAMIN, Antonio Herman. Constitucionalização do ambiente e ecologização da Constituição brasileira. In: CANOTILHO, José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato (Org.). Direito ambiental constitucional. São Paulo: Saraiva, 2008.

BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 22 ed. São Paulo: Malheiros, 2008.

BOSSELMANN, Klaus. Direitos Humanos, Meio Ambiente e Sustentabilidade. In: SARLET, Ingo Wolfgang (Org.).; KRELL, Andreas J. et al. Estado Socioambiental e Direitos Fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.

BOYLE, Alan. Relationship Between International Environmental Law and Other Branches of International Law. In. Bondansk, Daniel; BRUNNÉE, Jutta and HEY, Ellen (ed). Oxford Handbook of International Environmental Law. Oxford: Oxford Univesity Press, 2007.

CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto. A Humanização do Direito Internacional. Belo Horizonte, Del Rey, 2006.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional ambiental português: tentativa de compreensão de 30 anos das gerações ambientais no direito constitucional português. In: CANOTILHO, José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato (Org.). Direito ambiental constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007.

FERNSTERSEIFER, Tiago. Direitos fundamentais e proteção do ambiente: A dimensão ecológica da dignidade humana no marco jurídico-constitucional do Estado Socioambiental de Direito. 1.ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2008.

FREITAS, Juarez. Sustentabilidade: direito ao futuro. Belo Horizonte: Fórum, 2011.

HAMMERSCHMIDT, Denise. O Risco na Sociedade Contemporânea e o Princípio da Precaução no Direito Ambiental. Revista Seqüência, nº 45, dez. 2002.

IBRAHIN, Francini Imene Dias. A Relação Existente entre o Meio Ambiente e os Direitos Humanos: Um Diálogo Necessário com a Vedação do Retrocesso. Revista do Instituto de Direito Brasileiro, v. 12, 2012.

KISHI, Sandra Akemi S. A Proteção da Biodiversidade: um direito humano fundamental. In Desafios do Direito Ambiental no Século XXI: estudos em homenagem a Paulo Affonso Leme Machado. São Paulo: Malheiros/IEDC, 2005.

LEITE, José Rubens Morato, Dano Ambiental na Sociedade de Risco: uma visão introdutória, São Paulo: Saraiva, 2012.

MAZZUOLI, Valério de Oliveira. A proteção internacional dos direitos humanos e o direito internacional do meio ambiente. Revista de Direito Ambiental, São Paulo, v.9, n.34, p.97-123, abr./jun. 2004., p.182,

MILARÉ, Édis. Direito do ambiente. 3. ed. rev. atual e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.

MILARÉ, Édis; LOURES, Flávia Tavares Rocha. Meio ambiente e direitos da personalidade. Revista de Direito Ambiental, vol. 37, p. 14, jan.-mar. 2005.

ORELLANA, Marcos A. Derechos Humanos y Medio Ambiente: Desafíos para El Sistema Interamericano de Derechos Humanos. American University Brief. Washington D.C. 2007.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. 45ª Sessão, Doc. A/RES/45/94, Need to Ensure a Healthy Environment for the Well Being of Individuals, 1990.

OST, François. A natureza a margem da lei. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. 45ª Sessão, Doc. A/RES/45/94, Need to Ensure a Healthy Environment for the Well Being of Individuals, 1990.

______. Nosso Futuro Comum/Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getulio Vargas, 1991

PAIVA, Caio Cezar; HEEMAN, Thimote Aragon. Jurisprudência Internacional de Direitos Humanos. 2. Ed. Belo Horizonte: CEI, 2017.

PEREZ LUÑO, Antônio E. Los Derechos Fundamentales. Madrid: Editorial Tecnos, 1998.

PLATA, Miguel Moreno. Una lectura prospectiva de la agenda Rio+20: la emergencia de la gobernanza para el desarrollo sostenible. Revista Xihmai, México, v.VIII, n.15, p. 57-74, enero/junio, 2013.

POJMAN, Louis P. Global Environmental Ethics. Mountain View: Mayfield, 2000.

REICH, Robert. Bernard. Supercapitalismo: como o capitalismo tem transformado os negócios, a democracia e o cotidiano. Tradução Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

RIECHMANN, Jorge; REYES, Luis González; HERRERO, Yayo; MADORRÁN, Carmen. Qué hacemos hoy cuando nos encontramos frente a la amenaza de una crisis mayor que la económica: la ecológica. Madrid: Ediciones Akal, S. A., 2012.

RUGGIE, J.G. Business and Human Rights: the evolving international agenda. In: The American Journal of International Law. vol. 101, n. 04, 2007.

SEPPALA, N. Business and the international human rights regime: a comparison of the UN initiatives. In: Journal of Business Ethics. vol.87. Supplement 2, 2009.

SHELTON, Dinah. Derechos ambientales y obligaciones en el sistema interamericano de derechos humanos. In: Anuario de Derechos Humanos 2010 del Centro de Derechos Humanos de la Facultad de Derecho de la Universidad de Chile. Santiago: Centro de Derechos Humanos de la Facultad de Derecho de la Universidad de Chile, 2010.

SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 3 ed. São Paulo: Malheiros, 2000.

TEIXEIRA, Gustavo de Faria Moreira. O Greening no Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Curitiba: Juruá, 2011.

WEISS, Edith Brown. In fairness to future generations: international law, common patrimony and intergenerational equity. Tokyo: United Nations University, 1989.

REFERÊNCIAS JURISPRUDENCIAIS

COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, Relatório sobre a situação dos Direitos Humanos no Equador, OEA/Serv.L/V/II.96, Doc. 10, rev. 01, Cap.VIII, de 24 de abr. de 1997.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Claude Reyes e outros contra o Chile. Sentença de 19 de set. de 2006, Série C, nº. 151.

______. Caso Família Barrios Vs. Venezuela. Mérito, Reparações e Custas. Sentença de 24 de novembro de 2011. Série C N° 237.

CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA. Gabcikovo-Nagymaros Case (Hungary vs. Slovakia). Sep. Opinion Weeramantry. 1997.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MS 22.164-0-SP. Min. Relator Celso de Mello. Julgamento 30. 10. 1995. DPU. 17.11.1995.

Downloads

Publicado

2018-12-01 — Atualizado em 2021-04-01

Versões