LEGADOS DE LIBERDADE

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Resumo

Partindo de uma metodologia feminista ladinoamefricana, tal como inicialmente proposta por Lélia Gonzalez, assume-se a experiência política, social, econômica e cultural Palmarina para pensar modos de disputar o bem viver na ciscolonialidade. Tomando como ponto de referência a construção de modelos políticos que propiciam a pessoas negras a vida em liberdade nos séculos XVI a XVIII, busca-se formas de enfrentamento à vida póstuma da escravidão no século XXI. Fazendo um uso crítico dos registros oficiais da experiência de Palmares, pretende-se entender a formação de uma sociedade multiétnica contracolonial entre o final dos séculos XVI e início do XVIII e os seus legados para a gramática da liberdade. Além disso, busca-se ressaltar que tomado como Estado negro, sua população passou a representar os primeiros inimigos internos da sociedade brasileira, e nas múltiplas investidas coloniais pela sua destruição foram gestadas as políticas de terror dirigidas às pessoas negras até os dias atuais. 

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Biografia do Autor

Thula Pires, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)

Thula Pires é mulher preta de axé, mãe da Dandara e bailarina. Professora-adjunta de Direito Constitucional na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde também coordena o Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente (NIREMA). Pesquisadora visitante no African Gender Institute, University of Cape Town (CAPES/Print, 2020). Associada de Criola e integrante da Assembleia Geral da Anistia Internacional no Brasil e do Conselho do Instituto Clima e Sociedade

Publicado

2021-11-29