DE DOROTHY STANG À MARIELLE FRANCO

ASSASSINAGE DES DÉFENSEURS DES DROITS DE L'HOMME AU BRÉSIL À PARTIR D'UN DIALOGUE ENTRE EMMANUEL LEVINAS ET GIORGIO AGAMBEN

Auteurs-es

  • Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos SINOS; UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
  • Joice Graciele Nielsson UNIJUÍ
  • Anna Paula Bagetti Zeifert UNIJUÍ

DOI :

https://doi.org/10.22409/rcj.v6i14.590

Mots-clés :

Biopolítica, Direitos Humanos, Ativistas, Violência./Keywords, Biopolitics, Human rights, Activists, Violence./Palavras clave, Derechos humanos, Activistas, Violencia.

Résumé

Cet article analyse la situation de violence exercée contre les défenseurs des droits humains au Brésil à partir de deux cas emblématiques: les meurtres de la missionnaire nord-américaine Dorothy Mae Stang et de la conseillère municipale de Rio de Janeiro Marielle Franco. Partant de l'utilisation de la méthode phénoménologique, il entend rapprocher les travaux d'Emmanuel Levinas et de Giorgio Agamben, afin de donner un nouveau sens aux meurtres des deux défenseurs des droits humains. Le problème qui guide l'enquête peut se résumer comme suit: dans quelle mesure le meurtre, dans la perspective de Levinas, représente l'annulation complète de l'autre par le fait de la violence, alors que, dans la perspective d'Agamben, il représente, dans la mesure où il va impuni, le point culminant du processus de césures continues qui aboutit à la production de la vie nue (homo sacer)? Il part de l’hypothèse que la mort de Dorothy Stang représente, dans le contexte des luttes pour le droit à la terre au Brésil, une absence totale de responsabilité de l’autre, configurant une «injustice célèbre», selon Levinas; la mort de Marielle Franco, face à sa représentativité dans le mouvement pour l'égalité raciale et de genre, représente la consolidation d'un processus de césures biopolitiques entre zoé et bios, c'est-à-dire entre des vies politiquement qualifiées et des vies en toute impunité éliminable, qui caractérise la biopolitique avec laquelle la société brésilienne s'est historiquement structurée, basée sur une hiérarchie sociale rigide.

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Bibliographies de l'auteur-e

Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth, UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos SINOS; UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Doutor em Direito Público (UNISINOS). Professor dos Cursos de Direito da UNIJUÍ e UNISINOS.Professor-pesquisador do Mestrado em Direitos Humanos da UNIJUÍ.Editor-chefe da Revista Direitos Humanos e Democracia (Qualis B1).Líder do grupo de pesquisa Biopolítica e Direitos Humanos (CNPq).

Joice Graciele Nielsson, UNIJUÍ

Doutora em Direito Público (UNISINOS). Professora-pesquisadora do Mestrado em Direitos Humanos da UNIJUÍ.

Anna Paula Bagetti Zeifert, UNIJUÍ

Doutora em Filosofia (PUCRS). Professora-pesquisadora do Mestrado em Direitos Humanos da UNIJUÍ.

Références

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.

______. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. 2. ed.. Belo Horizonte: UFMG, 2010.

______. A potência do pensamento: ensaios e conferências. 1. ed.. 2. reimpr.. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

BIROLI, Flávia. Favela, negritude e gênero: o corpo político de Marielle Franco. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2018/04/11/favela-negritude-e-genero-o-corpo-politico-de-marielle-franco/. Acesso em: 03 jun. 2018.

BRUNO, Regina. Um Brasil ambivalente: agronegócio, ruralismo e relações de poder. Rio de Janeiro: EDUR, 2009.

______. Senhores da Terra, Senhores da Guerra: a nova face política das elites agroindustriais no Brasil. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.

CHALIER, Catherine. Lévinas: a utopia do humano. Tradução de António Hall. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.

COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (CIDH). Comunicado de Imprensa nº 52/2018. Disponível em: <http://www.oas.org/pt/cidh/prensa/notas/2018/052.asp>. Acesso em: 03 jun. 2018.

______. Comunicado de Imprensa 54/2016. Disponível em: <https://www.oas.org/pt/cidh/prensa/notas/2016/054.asp>. Acesso em: 11 jul. 2018.

______. Comunicado de Imprensa n. 39/2017. Disponível em: <http://www.oas.org/pt/cidh/prensa/notas/2017/039.asp>. Acesso em: 11 jul. 2018.

FOUCAULT, Michel. Segurança, Território, População: curso dado no Collège de France (1977-1978). Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008a.

______. Nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.

______. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). Trad. Maria Ermantina Galvão. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

______. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 22ª. Impressão. Rio de Janeiro: Graal, 2012.

LEVINAS, Emmanuel. Totalidade e infinito. Tradução de José Pinto Ribeiro. Lisboa: Edições 70, 2000.

______. Ética e infinito. Tradução: João Gama. Lisboa: Edições 70, 1982

______. De otro modo que ser o más allá de la esencia. Trad. Antonio Pintor Ramos. Salamanca: Ediciones Sígueme, 2003.

______. Entre Nós: ensaios sobre a alteridade. Tradução de Pergentino Stefano et al. Petrópolis: Vozes, 1997b.

________. Transcendência e inteligibilidade. Tradução de José Freire Colaço. Lisboa: Edições 70, 1991.

MARTINS, José de Souza. Expropriação e Violência: a questão política no campo. 3. ed.. São Paulo: Hucitec, 1991.

MIGUEL, Luis Felipe. Quem Marielle Franco representa? Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2018/03/21/quem-marielle-franco-representa/. Acesso em: 03 jun. 2018.

NASCIMENTO, Daniel Arruda. Do fim da experiência ao fim do jurídico: percurso de Giorgio Agamben. São Paulo: LiberArs, 2012.

ODILLA, Fernanda. Em posts e projetos de lei: pelo que lutava Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio. BBC Brasil, 15 mar. 2018. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43398816>.Acesso em: 09 jul. 2018.

PEREIRA, Simone Ambros, CAMBIAGHI, Cristina Timponi, et al. Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial de Direitos Humanos, 2004.

SUSIN, Luiz Carlos. O homem messiânico: uma introdução ao pensamento de Emmanuel Levinas. Porto Alegre: Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes; Petrópolis: Editora Vozes, 1984.

______. Éticas em diálogo: Levinas e pensamento contemporâneo: questões e interfaces. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

SÃO PAULO. Assembléia Legislativa. Moção nº 82, de 2008. Disponível em: . Acesso em : 1 Jun. 2018.

SEGATO, Rita Laura. Las nuevas formas de la guerra y el cuerpo de las mujeres. Revista Sociedade e Estado, Brasília, Vol. 29, n. 2, 2014, p. 341-371. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/se/v29n2/03.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2018.

SILVA, Ricardo Gilson da Costa; DANDOLINI, Gustavo. Conflitos agrários e acesso à terra em Rondônia. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, Vol. 9, n. 1, 2018, p. 461-479. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rdp/v9n1/2179-8966-rdp-9-1-461.pdf>. Acesso em: 9 jul. 2018.

SOUZA, Ricardo Timm de. Sentido e Alteridade: dez ensaios sobre o pensamento de Emmanuel Levinas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000.

SOUZA CRUZ, Álvaro Ricardo de; BERNACCI, Mariana Camilo; GUIMARÃES, Ana Luiza Tibúrcio. O estado de exceção e os invisíveis sociais: um encontro de Agamben e Lévinas. REPATS – Revista de Estudos e Pesquisas Avançadas do Terceiro Setor, Brasília, vol. 4, n. 2, p. 560-584, 2017. Disponível em: <https://portalrevistas.ucb.br/index.php/REPATS/article/view/880>. Acesso em: 9 jul. 2018.

TATAGIBA, Luciana. Afinal, a Nação reivindica um corpo negro. Disponível em: https://diplomatique.org.br/afinal-nacao-reivindica-um-corpo-negro/. Acesso em: 03 jun. 2018.

TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. Conflitos agrários e violência no Brasil: agentes sociais, lutas pela terra e reforma agrária. Colômbia: Pontificia Universidad Javeriana; 2000. Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/rjave/paneles/tavares.pdf>. Acesso em: 9 jul. 2018.

Publié-e

2020-02-04 — Mis(e) à jour 2021-04-01

Versions