DA COLONIALIDADE DO PODER À DESCOLONIALIDADE COMO HORIZONTE DE AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO ÂMBITO DO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO / SINCE THE COLONIALITY OF POWER TO DECOLONIALITY AS THE HORIZON OF AFFIRMATION OF HUMAN RIGHTS/COLONIALIDAD ...

Autores

  • Fernanda Frizzo Bragato Universidade do Vale do Rio dos Sinos
  • Karina Macedo Fernandes Universidade do Vale do Rio dos Sinos

DOI:

https://doi.org/10.22409/rcj.v2i4.157

Palavras-chave:

Estado colonial, Colonialidade do poder, Constitucionalismo latino-americano, Pensamento descolonial, Colonialidad del poder, Pensamiento descolonial, Colonial State, Coloniality of power, Latin american constitutionalism, Decolonial thought.

Resumo

DA COLONIALIDADE DO PODER À DESCOLONIALIDADE COMO HORIZONTE DE AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO ÂMBITO DO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO

Resumo: O trabalho analisará em que medida a concepção colonial do Estado, consubstanciada no conceito de colonialidade do poder, repercute na salvaguarda dos direitos humanos dentro do contexto latino-americano. Apresenta, como contrapartida, a experiência contra-hegemônica do constitucionalismo latino-americano, que, desafiando as concepções jurídico-políticas modernas, consolidou-se como um paradigma plural, democrático e participativo, permitindo a abordagem ressignificativa e contextualizadora da ideia de Estado e da proteção dos di­reitos humanos, estereotipados pelo eurocentrismo, pelo etnocentrismo e pela colonialidade do poder. O referencial teórico adotado é o do pensamento descolonial, que possibilita o desvelar epistemológico das realidades silenciadas, a partir da voz e da luta dos sujeitos latino-americanos, enfrentando criticamente o paradigma moderno/colonial e as relações de colonialidade formadas nos movimentos hegemônicos mundiais, forjados no processo de colonização da América Latina. O estudo pretende analisar as novas afirmações constitucionais trazidas pelo constitucionalismo latino-americano sob o viés do pensamento crítico e descolonial da América Latina.


SINCE THE COLONIALITY OF POWER TO DECOLONIALITY AS THE HORIZON OF AFFIRMATION OF HUMAN RIGHTS

Abstract: This paper will examine how the colonial conception of State, consubstantied on coloniality of power concept, reverberates in the human rights safeguard on the latin american context. However, introduce the conter hegemonic experience of latin american constitutionalism, which, challenging the legal and politics modern conceptions, it established itself as a plural, democratic and participatory paradigma, allowing the weighty and circumstantial approach to State idea and human rights protection, these was stereotyped from eurocentrism and coloniality of power. The theoretical framework adopted is the decolonial thought, which enables the epistemological unveil of the silenced realities, from the latin american subjects’s voice and fight, facing critically the modern/colonial paradigm and the colonial relationships formed in global hegemonic movements, forged on Latin America colonization process. The study aims to analyze the new constitutionals claims brought by latin american contitutionalism from the perspective of critical and decolonial thought in Latin America.

 

DE LA COLONIALIDAD DEL PODER A LA DECOLONIALIDAD COMO HORIZONTE PARA LA AFIRMACIÓN DE LOS DERECHOS HUMANOS EN EL MARCO DEL CONSTITUCIONALISMO LATINOAMERICANO

Resumen: El trabajo analizará en qué medida la concepción colonial del Estado, encarnado en el concepto de colonialidad del poder, tiene un impacto en la salvaguarda de los derechos humanos dentro del contexto latinoamericano. Por otro lado, presenta la experiencia. Por otro lado, presenta la experiencia contrahegemónica del constitucionalismo latinoamericano, que, desafiando elsistemas jurídico-políticos modernos, se ha consolidado como un sistema plural, democrático y participativo, que permite un enfoque significativo y contextualizador de la idea del Estado y la protección de los derechos humanos, estereotipados por el eurocentrismo, el etnocentrismo y por la colonialidad del poder. El marco teórico adoptado es el del pensamiento descolonial, que permite la revelación epistemológica de realidades silenciadas, basadas en la voz y la lucha de sujetos latinoamericanos, enfrentando críticamente el paradigma moderno / colonial y el relaciones coloniales formadas en los movimientos hegemónicos mundiales, forjados en el proceso de colonización en América Latina. El estudio apunta a analizar los nuevos reclamos constitucionalismo traído por el constitucionalismo latinoamericano bajo el sesgo del pensamiento crítico y decolonial de América Latina.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Frizzo Bragato, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Doutora (2009) e mestre (2005) em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), com período de estágio doutoral (2009) e pós-doutorado (2012) na University of London (School of Law - Birkbeck College). Professora do Programa de Pós-Graduação e da Graduação em Direito da Unisinos e Coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da mesma instituição (NDH/UNISINOS).

Karina Macedo Fernandes, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Doutoranda e mestre (2014) em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Integrante do Núcleo de Direitos Humanos da mesma instituição (NDH/UNISINOS)

Referências

AVELÃS NUNES, António José. As Voltas que o Mundo dá. Reflexões a propósito das aventuras e desventuras do estado social. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
______. O estado capitalista e as suas máscaras. 2. ed. Lisboa: Avante!, 2013.
BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Rev. Bras. Ciênc. Polít. [online]. 2013, n.11, p. 89-117. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-33522013000200004&script=sci_arttext>. Acesso em: 19 nov. 2013.
BERCOVICI, Gilberto. O estado de exceção econômico e a periferia do capitalismo. Pensar. Fortaleza, v. 11, p. 95-99, fev. 2006, p. 95-99.
BOLZAN DE MORAIS, Jose Luis. Afinal: Quem é o Estado? Por uma teoria possível do/para o Estado Constitucional. In: BOLZAN DE MORAIS, Jose Luis; COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda; STRECK, Lenio Luiz (Orgs.). Estudos Constitucionais. Rio de Janeiro: Renovar, 2007, p. 151-175.
______. As Crises do Estado e da Constituição e a Transformação Espaço-Temporal dos Direitos Humanos. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.
CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GUARDIOLA-RIVERA, Oscar. El Plan Colombia, o de cómo una historia local se convierte en diseño global. Nueva Sociedad, Caracas, n. 175, p. 111-120, 2001.
DUSSEL, Enrique. 1492: O encobrimento do Outro. A origem do mito da modernidade. Trad. Jaime A. Claesen. Petrópolis – RJ, Vozes, 1993.
ESCOBAR, Arturo. Territorios de Diferencia: Lugar, movimientos, vida, redes. Trad.: Eduardo Restrepo. Bogotá: Envión Editores, 2010.
GÓMEZ, José María. Política e Democracia em Tempos de Globalização. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
GARGARELLA, Roberto. Apuntes sobre el constitucionalismo latinoamericano del siglo xix. Una mirada histórica. In: Revista del Instituto de Ciencias Jurídicas de Puebla, IUS 25 | VERANO 2010.
LEFORT, Claude. Nação e soberania. In: NOVAES, Adauto (Org.). A crise do Estado-nação: Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003, p. 55-78.
MARÉS, Carlos Frederico. Soberania do povo, poder do Estado. In: NOVAES, Adauto (Org.). A crise do Estado-nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 229, 256.
MARINI, Ruy Mauro. Subdesenvolvimento e Revolução. Trad. Fernanda Correa Prado e Marina Machado Gouvêa. 3ª edição. Florianópolis: Editora Insular, 2012.
MÉDICI, Alejandro. Teoría constitucional y giro decolonial: narrativas y simbolismos de las constituciones. Reflexiones a propósito de la experiencia de Bolivia y Ecuador. Otros Logos, Revista de Estudios Críticos, Año I. Nro. 1, 2010.
MIGNOLO, Walter. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Edgardo Lander (org). Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. set. 2005. p. 71-103.
______. Diferencia colonial y razón postoccidental. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago (ed.). La reestructuración de las ciencias sociales en América Latina. Bogotá: Universidad Javeriana (Instituto Pensar, Centro Editorial Javeriano), 2000.
______. Historias locales/disenos globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Ediciones Akal, 2003.
______; GROSFOGUEL, Ramón. Intervenciones Descoloniales: una breve introducción.Tabula Rasa. Bogotá - Colômbia, n. 9, pp. 29-37, jul-dez, 2008
NOVAES, Adauto. Invenção e crise do Estado-nação. In: NOVAES, Adauto (Org.). A crise do Estado Nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 9-22.
QUIJANO, Aníbal. América, el capitalismo y la modernidad nacieron el mismo día. ILLA, n. 10, jan. 1991 (entrevista).
______. América Latina en la economía mundial. Problemas del desarrollo, v. XXIV, n. 95, UNAM, México, out.-dez. 1993.
______. Colonialité du Pouvoir, Démocratie et Citoyenneté en Amérique Latine. In: Amérique Latine: Démocratie et Exclusion. Paris: L’Harmattan, 1994.
______. Coloniality of Power, Ethnocentrism, and Latin America. Nepantla: Views from the South, n. 3, p. 533-580, 2000.
______. Colonialidade do Poder e Classificação Social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa;
MENESES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2009, p. 73- 118.
______. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Lander, Edgardo (Org.). Buenos Aires: Colección Sur Sur, CLACSO, set. 2005, p. 107 – 131.
______; WALLERSTEIN, Immanuel. Americanity as a concept or the Americas in the modern world-system. International Social Science Journal, n. 134, UNESCO, Paris, nov. 1992.
SOUSA SANTOS, Boaventura de. O discurso e o poder. Ensaio sobre a sociologia da retórica jurídica. Porto Alegre: Sérgio Fabris, 1988.
SASSEN, Saskia. Critica del Estado: Territorio, autoridade y derechos. De los ensemblajes medievales a los ensamblajes globales. Madri: Katz editores, 2010.
TAPIA, Luis. La condición multisocietal. Multiculturalidad, pluralismo, modernidad. La Paz, Bolívia: CIIDES-UMSA. Muela del Diablo Editores, 2002.
WALLERSTEIN, Immanuel Maurice. O universalismo europeu: a retórica do poder. Trad. Beatriz Medina. São Paulo: Boitempo, 2007.
WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo jurídico, direitos humanos e Interculturalidade. Revista Seqüência, n. 53, pp. 113-128, dez. 2006.
YRIGOYEN FAJARDO, Raquel. El pluralismo jurídico en la historia constitucional latinoamericana: de la sujecion a la descolonizacón. Instituto Internacional de Derecho y
Sociedad, 2012.

Downloads

Publicado

2016-03-24