A TEORIA GERAL DO DIREITO FRENTE À ANTROPOLOGIA JURÍDICA

Autores

  • Oscar Correas

Resumo

Este artigo pretende mostrar que a Teoria Geral do Direito (TGD) não é o obstáculo para o reconhecimento do pluralismo jurídico, mas sim as necessidades de hegemonia do próprio Estado moderno. A TGD contemporânea oferece conceitos teóricos que permitem pensar o pluralismo jurídico, entendido aqui como o fenômeno de coexistência de dois ou mais sistemas jurídicos que reivindicam eficácia em um mesmo território. A dificuldade de reconhecer o sistema normativo indígena como direito também provém de ideologias, como a de “soberania”, que não têm plausibilidade teórica e que devem ser deixadas de lado pela ciência social contemporânea. A eficácia do sistema jurídico dominante provém, entre outras coisas, precisamente da ideologia na qual são educados os juristas. Se as normas jurídicas válidas são as que têm efetividade e pertencem a um sistema eficaz, como argumenta a TGD, então, como as normas do direito indígena são as eficazes, são também as válidas. Sem embargo, essa validade é desconhecida pelos funcionários do sistema hegemônico, que não foram educados para pensar na possibilidade do pluralismo jurídico. 
Palavras-chave: Direito indígena; Teoria geral do direito; Pluralismo jurídico; Antropologia jurídica; Estado moderno.


LA TEORÍA GENERAL DEL DERECHO FRENTE A LA ANTROPOLOGÍA JURÍDICA

Resumen:
Este artículo pretende mostrar que la Teoría General del Derecho (TGD) no es el obstáculo para el reconocimiento del pluralismo jurídico, sino más bien las necesidades de hegemonía del propio Estado moderno. El TGD contemporáneo ofrece conceptos teóricos que permiten pensar en el pluralismo jurídico, entendido aquí como el fenómeno de la coexistencia de dos o más sistemas jurídicos que reivindican la eficacia en un mismo territorio. La dificultad de reconocer el sistema normativo indígena como un derecho también proviene de ideologías, como la "soberanía", que no tienen ninguna plausibilidad teórica y deberían ser dejadas de lado por las ciencias sociales contemporáneas. La eficacia del sistema jurídico dominante proviene, entre otras cosas, precisamente de la ideología en la que se educan los juristas. Si las normas jurídicas válidas son las que son efectivas y pertenecen a un sistema efectivo, como sostiene el TGD, entonces como las normas del derecho indígena son las que son efectivas, también lo son. Sin embargo, esta validez es desconocida para los empleados del sistema hegemónico, que no han sido educados para pensar en la posibilidad del pluralismo jurídico. 
Palabras clave:
Derecho indígena; Teoría general del derecho; Pluralismo jurídico; Antropología jurídica; Estado moderno.


THE GENERAL THEORY OF LAW BEFORE LEGAL ANTHROPOLOGY

Abstract: 
The article tends to demonstrate that GTL is not the obstacle for recognition of juridical pluralism, but rather the hegemonic needs of the modern State itself. Contemporary General Theory of Law (GTL) offers theoretical concepts that may be used by coexistence of two or more juridical systems that demand efficacy in a same territory. Also the difficulty to recognize the indigenous normative system as law stems from ideologies, such as that of sovereignty, that have no theoretical plausibility and should be left aside by contemporary social science. The effectiveness of the dominant juridical system originates out of, among other things, precisely the ideology in which lawyers are educated. If the valid norms are those with effectiveness and that pertain to an effective system, as GTL poses, then, given that the indigenous law norms are those that are effective, they are also those that are valid. However, this validity is ignored by the functionaries of the hegemonic system, who have not been educated to ponder the possibility of juridical plurality.
Key words: Indigenous law; General Theory of Law; Legal pluralism; Legal Anthropology; Modern state.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

CORREAS, Oscar. Crítica de la ideología jurídica. México, D. F.: UNAM-CeIICH; Coyoacán, 2005.

_____. Derecho indígena mexicano I. México, D. F.: Coyoacán/UNAM-CeIICH, 2007.

_____. Introducción a la sociología jurídica. México, D. F.: Fontamara, 1994.

_____. Pluralismo jurídico, alternatividad, y derecho indígena. México, D. F.: Coyoacán, 2004.

ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. Tradução de Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2019 [edição eletrônica em formato .epub].

_____. El origen de la familia, la propiedad privada y el estado. Moscú: Progreso, s. d.

KELSEN, Hans. “Dios y estado”. Em: CORREAS, Óscar (comp.). El otro Kelsen. México, D. F.: Coyoacán-UNAM, 2004a, p. 243-266.

_____. Teoría general derecho y del estado. México, D. F.: Coyoacán-UNAM, 2004b.

WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. 4 ed. Brasília: Editora UnB; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, vol. 1, 2004.

_____. Economía y sociedad. México, D. F.: Fondo de Cultura Económica, 1983.

Downloads

Publicado

2020-11-12 — Atualizado em 2021-04-01

Versões