Desigualdades socioespaciais e contradições na produção do espaço urbano de Rio das Ostras/RJ
DOI:
https://doi.org/10.22409/4e7hqz43Palavras-chave:
Produção do espaço, Desigualdade socioespacial, Infraestrutura Urbana, Serviços Urbanos, Rio das OstrasResumo
A partir da década de 2000, constatou-se na cidade de Rio das Ostras/RJ um processo de expansão urbana e crescimento demográfico que quadruplicou sua população em um período de 24 anos, resultando numa acelerada e desigual urbanização no município. Nesta perspectiva, este artigo analisa as desigualdades socioespaciais e as contradições da produção do espaço, a partir da análise da infraestrutura e serviços urbanos nos bairros da pesquisa. A base metodológica pauta-se em pesquisa qualitativa nos bairros centrais e periféricos, trabalhos de campo, pesquisa documental e aplicação de questionários semiestruturados junto aos moradores dos bairros selecionados. Os resultados da análise indicaram contradições entre o centro e a periferia, áreas com sobreposição de carências, como a falta de pavimentação, rede de esgoto, água encanada, acesso a aparelhos culturais e de lazer e a precarização dos serviços públicos nos bairros periféricos e de maior concentração demográfica, principalmente nos bairros Praia Âncora, Cidade Beira Mar e Cidade Praiana, entre outros problemas comuns para quem vive nestas localidades. Em contraposição, os bairros centrais, tais como, Costazul e Jardim Mariléa, demonstram uma reprodução das formas e conteúdos capitalistas próprios das camadas de alta renda e serviços especializados, sobretudo, voltados ao turismo, centralização da infraestrutura e cuidados públicos, o que resulta em diferentes níveis de desigualdades no tecido urbano de Rio das Ostras.
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