Humanização do cuidado em saúde: de tecnicismos a uma ética do cuidado
Palavras-chave:
cuidado, saúde, humanização, clínica transdisciplinarResumo
O cuidado em saúde tem sido um tema bastante debatido. Muitas são as noções e concepções propostas. A produção sobre o tema é numerosa e a demanda por um “cuidado humanizado” é recorrente. O texto propõe analisar o “cuidado humanizado em saúde” a partir da problematização das noções de humano, saúde e cuidado, bem como das práticas de saúde. Propõe uma noção de cuidado que emerge no encontro entre os diferentes atores que habitam os serviços de saúde, numa relação em que o outro é percebido como legítimo, fundando uma clínica transdisciplinar, que produz desvios, sujeitos e modos de vida.Downloads
Referências
ALMEIDA FILHO, N. Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1/2, p. 63-72, 1997.
AMADOR, F. S. Olhos que buscam: por entre prisões da imagem, imagens da prisão. 2007. Projeto de qualificação (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
AYRES, J. R. C. M. Sujeito, intersubjetividade e práticas de saúde. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 63-72, jan./jun. 2001.
AYRES, J. R. C. M. Uma concepção hermenêutica de saúde. Physis, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 43-62, jan./abr. 2007.
BARROS, M. E. B.; BENEVIDES, R. A potência formativa do trabalho em equipe no campo da saúde. In: PINHEIRO, R.; BARROS, M. E. B; MATOS, R. A. (Org.). Trabalho em equipe sob o eixo da integralidade: valores, saberes e práticas. Rio de Janeiro: ABRASCO, 2007. p. 75-84.
BENEVIDES, R.; PASSOS, E. A humanização como dimensão pública das políticas de saúde. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 561-571, jul./set. 2005.
BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
BOLTANSKI, L. As classes sociais e o corpo. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2004.
CAMARGO JÚNIOR, K. R. Biomedicina, saber e ciência: uma abordagem crítica. São Paulo: Hucitec, 2003.
CAMPOS, G.W. Saúde paidéia. São Paulo: Hucitec, 2003.
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.
CAPONI, S. Georges Canguilhem y el estatuto epistemológico del concepto de salud. História, Ciências, Saúde, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 287-307, abr./jun. 1997.
COELHO, M. T. Á. D.; ALMEIDA FILHO, N. de. Conceitos de saúde em discursos contemporâneos de referência científica. História, Ciência e Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 315-333, abr./jun. 2002.
DEJOURS, C. Por um novo conceito de saúde. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 14, n. 54, 1986.
DELEUZE, G. Do arquivo ao diagrama. In: ______. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988. p. 13-53
FOUCAULT, M. O nascimento da medicina social. In: ______. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1995. p. 79 – 98.
FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1998.
FOUCAULT, M. História da sexualidade 3: o cuidado de si. 6. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1999.
FOUCAULT, M. Aula de 17 de março de 1976. In: ______. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2002. p. 285-315.
GOMES, R. S.; SILVA, F. H; PINHEIRO, R.; BARROS, M. E. B. Integralidade como princípio ético e formativo: um ensaio sobre os valores éticos para estudos sobre o trabalho em equipe em saúde. In: PINHEIRO, R.; BARROS, M. E. B; MATOS, R. A. (Org.). Trabalho em equipe sob o eixo da integralidade: valores, saberes e práticas. Rio de Janeiro: ABRASCO, 2007. p. 19-36.
LACERDA, A.; VALLA, V. Homeopatia e apoio social: repensando as práticas de integralidade na atenção e cuidado à saúde. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (Org.). Construção da Integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro: ABRASCO, 2003. p. 169-196.
LUZ, M. T. Políticas de descentralização e cidadania: novas práticas de saúde no Brasil atual. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (Org.). Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: ABRASCO, 2001. p. 17-38.
LUZ, M. T. Novos saberes e práticas em saúde coletiva: estudo sobre racionalidades médicas e atividades corporais. São Paulo: Hucitec, 2003.
MACHADO, R. Introdução: por uma genealogia do poder. In: FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1995. p. 7–23.
MATURANA, H; VARELA, F. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. Campinas: Psy II, 1995.
MATURANA, H. Linguagem e realidade: a origem do humano. In: ______. Da biologia à psicologia. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas. 1998. p. 95-102.
MATURANA, H. Formação humana e capacitação. Petrópolis: Vozes, 2000.
MATURANA, H. Ontologia do conversar. In: _____. A ontologia da realidade. Belo Horizonte: UFMG, 2001. p. 167-181
MERHY, E. E. O ato de cuidar: a alma dos serviços de saúde. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de textos do projeto-piloto VER-SUS Brasil. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2003. p. 80-99.
NORIEGA, M. Organización laboral, exigencias y enfermendad. In: LAURELL, A. C. (Org.). Investigacion sobre la salud de los trabajadores. Washington: OPS, 1993. p. 167-188. Série Paltex.
OLIVEIRA, P. S. Caminhos de construção da pesquisa em ciências humanas. In______. (Org.). Metodologia das ciências humanas. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2001. p. 17-26.
OLIVEIRA, L. A. et al. Humanização e cuidado: a experiência da equipe de um serviço de DST/Aids no município de São Paulo. Ciências e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 689-698, jul./set. 2005.
PASSOS, E.; BENEVIDES, R. Clínica e biopolítica na experiência do contemporâneo. Revista de Psicologia Clínica PUC/RJ, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 89-100, jan./jun. 2001.
SANTOS FILHO, S.B.; BARROS, M.E.B.; GOMES, R.S. Política Nacional de Humanização como política que se faz no processo de trabalho em saúde. Interface-Comunicação Saúde, Educação, Botucatu, v.13, supl.1, p. 603-613, 2009.
TEIXEIRA, R. R. Acolhimento num serviço de saúde entendido como uma rede de conversações. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (Org.). Construção da integralidade: cotidiano, saberes, e práticas em saúde. Rio de Janeiro: UERJ, IMS: ABRASCO, 2003. p. 89-112.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Na medida do possível segundo a lei, a Fractal: Revista de Psicologia renunciou a todos os direitos autorais e direitos conexos às Listas de referência em artigos de pesquisa. Este trabalho é publicado em: Brasil.
To the extent possible under law, Fractal: Revista de Psicologia has waived all copyright and related or neighboring rights to Reference lists in research articles. This work is published from: Brasil.