O adoecimento do professor frente à violência na escola

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https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i2/5647

Mots-clés:

violência na escola, adoecimento, Psicologia Histórico-Cultural

Résumé

A violência na escola tem sido um tema recorrente nos noticiários de jornais. Professores são agredidos por alunos; socos, pontapés, depredação do patrimônio público são desfilados na mídia, fazem parte do dia a dia das instituições de ensino e demandam o olhar da Psicologia. Neste contexto, o objetivo deste artigo é apresentar os resultados de uma pesquisa realizada com professores sobre a questão do adoecimento do professor provocado pela violência na escola. Participaram do estudo 31 professores do ensino fundamental de uma cidade do norte do Paraná. As informações foram obtidas por meio de um questionário aplicado a 21 professores e de entrevistas com dez professores que se encontravam readaptados. Concluiu-se que, embora a violência física e verbal esteja presente na escola, os professores analisam que o adoecimento está vinculado ao acirramento das condições de trabalho vivenciado na atualidade, havendo, segundo os pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural, uma cisão entre sentido e significado na atividade docente.

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Biographie de l'auteur

Marilda Gonçalves Dias Facci, Universidade Estadual de Maringá, Paraná, PR

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá (1986), mestrado em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1998); doutorado em Educação Escolar pela faculdade de Ciências e Letras de Araraquara - UNESP (2003) e Pós-doutorado pelo Instituto de Psicologia da USP e Pós-Doutorado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. É professora do Departamento de Psicologia e Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá. Atualmente tem Bolsa de Produtividade em Pesquisa pelo CNPq. Foi coordenadora do GT de Psicologia da Educação da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação - ANPEd no período de 2010-2013, é Editora Geral da Revista Psicologia em Estudo e da Revista Psicologia Escolar e Educacional , membro do Grupo de Trabalho de Psicologia Educacional da ULAPSI e Presidente Anterior da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional-ABRAPEE. Atualmente atua na diretoria da ABRAPEE, ocupando o cargo de 2a. secretária. Foi coordenadora do GT de Psicologia e Políticas Educacionais da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia - ANPEPP, no periodo de 2016 a 2018. Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduaçao em Psicologia da Universidade Estadual de Maringa nos seguintes períodos: 2006-2010, 2014-2016, 2018-2019. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia do Ensino e da Aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia histórico-cultural, educação, psicologia escolar.

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Publiée

2019-07-30

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