"EnCAPSulados":

autonomia e dependência no processo de trabalho em CAPSad

Auteurs

  • Kallen Dettmann Wandekoken Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil
  • Maristela Dalbello-Araujo Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil
  • Francis Sodré Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil

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https://doi.org/10.22409/1984-0292/v33i2/5793

Mots-clés:

centros de atenção psicossocial, trabalhadores, autonomia profissional, dependência química

Résumé

Este artigo analisa os fatores que facilitam ou dificultam a produção de autonomia entre os usuários que vivenciam a dependência química em um CAPSad. Trata-se do resultado de pesquisa qualitativa realizada com todos os profissionais de um CAPSad. Foram realizadas 80 horas de observação, entrevista coletiva com dez trabalhadores e 13 entrevistas em profundidade, seguidas da Análise Temática. Constatamos que faltam condições para a produção de autonomia dos usuários no serviço estudado. Com base em Edgar Morin e Gastão Campos foi possível concluir que fatores essenciais para a produção de autonomia de trabalhadores e de usuários no enfrentamento das drogas – como condições de trabalho adequadas, salários dignos, profissionais engajados e rede de apoio psicossocial – não foram observados. Estas situações levam ao sentimento de “enCAPSulamento”, como foi verbalizado, o que contribui para que tenham uma atitude de distanciamento afetivo da dimensão cuidadora do trabalho em saúde. Logo, se não há autonomia no processo de trabalho, é extremamente difícil que consigam produzir o sentimento de autonomia por parte dos usuários, que, diante disso, persistem em dupla dependência – a do serviço e a química.

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Bibliographies de l'auteur

Kallen Dettmann Wandekoken, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil

Graduada em Enfermagem pela EMESCAM (2005-2008). Mestre e Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem da UFES. Professora Colaboradora do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da UFES. Membro do 'Grupo de Estudos em Trabalho e Saúde' (GEMTES) da UFES. Atua principalmente nos seguintes temas: biopolítica e processos de subjetivação.

Maristela Dalbello-Araujo, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil

Graduada em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1982), com mestrado em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991) e doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (2005). Foi professora da Universidade Federal do Espírito Santo, entre os anos 1993 e 2015, atuando no Curso de Graduação em Psicologia e nos Programas de Pós-Graduação em Psicologia Institucional (2007-2010) e Saúde Coletiva (2006 -2019), na condição de professor voluntário. Tem experiência na área de Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: subjetividade, saúde e trabalho, gestão dos serviços de saúde e promoção da saúde e participação social. Realizou estágio pós-doutoral no Instituto de Medicinal Social da UERJ durante o ano de 2012, com a tutoria do Dr. Ruben Mattos. Orientou mais de 60 dissertações de mestrado e doutorado e participou de centenas de bancas de avaliação. Atualmente é professor do quadro permanente do Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - regime parcial.

Francis Sodré, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil

Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professora do Departamento de Serviço Social e do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

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