Leslie e Ofelia, meninas que ousam sair do quarto: espaço, feminilidade e corpo em Ponte para Terabítia e O labirinto do fauno

Autori

  • Karina Gomes Barbosa Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38707

Parole chiave:

meninas, espaço, corpo, feminilidade, cinema

Abstract

Este artigo busca refletir acerca de representações cinematográficas que articulam o ser-menina com uma temporalidade, mas também com os espaços percorridos pelas personagens, compreendendo também como esses corpos ocupam tais espaços. Investigamos os modos pelos quais a tecnologia de gênero do cinema opera em produtos culturais que veiculam representações de meninas desafiadoras das narrativas da contenção patriarcal e de feminilidade hegemônica. Para tanto, partimos de uma análise cultural crítica das personagens Leslie e Ofelia, protagonistas dos filmes Ponte para Terabítia e O labirinto do fauno, respectivamente, cotejando os estudos feministas de inflexão culturalista, sobretudo, assim como teorias do cinema. Em ambos os filmes, o dispositivo pedagógico cinematográfico oferece lições para esses corpos que ousam ocupar espaços que não lhes pertencem.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Biografia autore

Karina Gomes Barbosa, Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

Doutora em Imagem, Som e Escrita pela Universidade de Brasília (UnB), onde também é mestre e graduada em Jornalismo e em Relações Internacionais. Professora Adjunta do Departamento de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Temporalidade da Ufop. Coordenadora do grupo de pesquisa Ponto e do programa de extensão Sujeitos de suas histórias. Pequisadora de estudos feministas e mídia, com pesquisas centradas em audiovisual, infância, afetos e narrativa.

Riferimenti bibliografici

AUTORA. Encantamentos de corpo e alma: representações do amor de Jane Austen no audiovisual. Tese de doutorado, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil, 2014.

BERLANT, Lauren. The female complaint: the Unfinished Business of Sentimentality in American Culture. Durham/Londres: Duke University Press. Edição do Kindle, 2008.

BORDO, Susan. Unbearable weight: feminism, Western culture, and the body. Berkeley/Los Angeles/Londres: University of California Press, 1993.

BORDWELL, David. The way Hollywood tells it: story and style in modern movies. Berkeley/Los Angeles/Londres: University of California Press, 2006.

BROWN, Lyn Mikel. "The girl in girl studies". Girlhood Studies 1 (Verão): 1–12, 2008.

CIXOUS, Hélène. "O riso da medusa". In: Brandão, Isabel; Cavalcanti, Ildney et al. (orgs.). Traduções da cultura: perspectivas críticas feministas (1970-2010). Florianópolis: Edufal; Editora da UFSC, 2017.

DRISCOLL, Catherine. "Girls Today Girls, Girl Culture and Girl Studies". Girlhood Studies 1 (Verão): 13–32, 2008.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.

FRASER, Nancy. Fortunes of feminism: from state-managed capitalism to neoliberal crisis and beyond. Londres/Nova York: Verso, 2013.

HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio / Apicuri, 2016.

LAURETIS, Teresa de. "A tecnologia do gênero". In: Hollanda, Heloisa Buarque de (org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco. 1994.

LOURO, Guacira Lopes. "Pedagogias da sexualidade". In: Louro, Guacira Lopes (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

MACDOWELL, Paula. "Girls’ Perspectives on (Mis)Representations of Girlhood in Hegemonic Media Texts". Girlhood Studies 10, 3 (Inverno): 201-216, 2017.

MCROBBIE, Angela. Feminism and youth culture. From Jackie to Just Seventeen. Houndmills e Londres: Macmillan, 1991.

MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX. Volume 1: neurose. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.

MULVEY, Laura. "Prazer visual e cinema narrativo". In: Xavier, Ismail (org.). A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

SHOWALTER, Elaine. "A crítica feminista no território selvagem". In: Hollanda, Heloisa Buarque de. (org.) Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

STEINBERG, Shirley R.; Kincheloe, Joe L. (orgs). Cultura infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

TURNER, Graeme. Cinema como prática social. São Paulo: Summus Editorial, 1997.

WILLIS, Jessica Laureltree. "Girls reconstructing gender: agency, hibridity and transformatcions of 'femininity'". Girlhood Studies 2, 2 (Inverno): 96–118, 2009.

WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. São Paulo: Círculo do Livro, 1990.

##submission.downloads##

Pubblicato

2020-02-19

Come citare

Gomes Barbosa, K. (2020). Leslie e Ofelia, meninas que ousam sair do quarto: espaço, feminilidade e corpo em Ponte para Terabítia e O labirinto do fauno. Mídia E Cotidiano, 14(1), 133-156. https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38707