Tramas do outro nas telas do discurso: circulação audiovisual e consumo cultural
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v0i6.10372Resumo
O artigo analisa articulações discursivas em torno da questão da invisibilidade social, notadamente em documentários brasileiros recentes (Elena, Cidade cinza, Olhe pra mim de novo), exibidos em circuito comercial e que, privilegiando uma abordagem referencial e de cunho realista, apresentam certos atores sociais como pertencentes a essa condição. O empenho realista interessa-nos por operar um movimento de afirmação dos sujeitos representados, aprovando-os como se eles fossem, no âmbito do filme e no âmbito da vida, exatamente como mostrados nos filmes. Este tem sido um desafio teórico para os estudos fílmicos desde o estabelecimento da noção de uma sintaxe do visível. Ainda que exista uma barreira lógica para a representação de sujeitos em situação de invisibilidade, isso de nenhum modo tem impedido que ela seja tematizada frequentemente pelo discurso cinematográfico. Tampouco tem impossibilitado que certas políticas da representação operem como marcas sobre determinados sujeitos, supostamente periféricos, atuando como estandartes de identidades minoritárias nos modos de tornarem-se visíveis em cena.
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