A gente faz teatro ensaiando a revolução
movimentos de territórios, cultura e arte entre Olinda, Recife e Paulista
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v12i22.51414Palavras-chave:
teatro de rua, movimentos culturais, resistência, luta popularResumo
Este artigo é uma experimentação na escrita a partir da fala de Genivaldo Bazílio, mestre da cultura popular em Pernambuco, contando como o teatro apareceu em sua vida e como criou o Grupo de Teatro Atual (GTA) junto a um grupo de pessoas moradoras das periferias de Recife, Olinda e Paulista, atravessadas pelas desigualdades raciais e sociais que marcam o cotidiano destas comunidades. Neste texto a proposta é apresentar a própria forma de transcrição da fala como em si um processo conjunto de escrita - tanto na passagem de áudio para texto quanto na marcação de pausas e seleção de trechos; e fazer da rememoração uma reflexão teórica ao se contar uma trajetória coletiva que atravessa bairros periféricos e encontra movimentos de cultura popular, como o Movimento de Teatro Popular de Pernambuco, o Movimento Negro Unificado, a luta pela criação do espaço cultural Nascedouro de Peixinhos, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra, a pedagogia do oprimido de Paulo Freire, o Teatro Experimental do Negro de Abdias do Nascimento, o teatro do oprimido de Augusto Boal, a Coordenação Nacional de Entidades Negras e o movimento sindical. Assim, a reflexão sobre o GTA não aparece na narrativa aqui apresentada na forma de uma síntese explicativa de autores sobre um movimento cultural situado historicamente, mas sim a partir da apresentação de como discussões teóricas entraram na própria trajetória do GTA e influenciaram a sua prática de teatro de rua negro e popular.
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- 2022-03-03 (2)
- 2022-03-02 (1)
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