Antes da Economia Criativa vem a Economia da Cultura: a arte, brasileira, de colocar o carro à frente dos bois.

Autores

  • Manoel Marcondes Machado Neto Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Ciências Administrativas
  • Lusia Angelete Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v0i6.10379

Resumo

A partir de todo o trabalho envolvido na produção do livro “Economia da Cultura: contribuições para a construção do campo e histórico da gestão de organizações culturais no Brasil”, chamou a atenção dos autores a reincidência – de 1920 a 2010 (período que o estudo abrangeu) – dos mesmos erros. Não há falhas novas, mas sempre os mesmos velhos vícios crônicos: vai-e-vem político, fortalecimento e enfraquecimento cíclicos de ideias e organizações, mobilização e desmobilização de setores inteiros, além da aguda dependência do Estado, nas três esferas: federal, estadual e municipal.

Com isto, não se criou uma mentalidade empresarial, não se criou oportunidades ou se amparou quem se dispusesse a correr os riscos de empreender. Nossa produção artístico-cultural é rica (e até reconhecida internacionalmente como das melhores, em alguns gêneros), mas absolutamente irrelevante do ponto de vista econômico, como, aliás, demonstraram em palestra realizada no Centro Cultural da UERJ, em 2011, dois economistas dedicados ao universo do livro e das artes plásticas, George Kórnis e Fábio Sá Earp: “o Brasil detém 2,7% do PIB mundial; 1% do comércio internacional e, apenas, 0,25% do mercado de artes”.

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Biografia do Autor

Manoel Marcondes Machado Neto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Ciências Administrativas

Professor associado da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ, doutor em Ciências da Comunicação pela USP e editor do portal www.marketing-e-cultura.com.br desde 1999. É autor dos livros “A transparência é a alma do negócio: o que os 4 Rs das relações públicas plenas podem fazer por você e sua organização” (Conceito Editorial, 2013), “Relações Públicas e Marketing: convergências entre comunicação e administração” (Conceito Editorial, 2008) e “Marketing Cultural: das práticas à teoria” (Ciência Moderna, 2a. edição, 2005). É produtor cultural desde 1983. Co-autor do livro “Economia da Cultura: contribuições para a construção do campo e histórico da gestão de organizações culturais no Brasil” (Ciência Moderna, 2011).

Lusia Angelete Ferreira

Bacharel em Ciências Contábeis e mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial pela Universidade Estácio de Sá. Especialista na aplicação prática das legislações tributária e contábil, atua há 25 anos como consultora e instrutora nas áreas contábil, tributária e empresarial, em instituições como Conselho Regional de Contabilidade (Rio de Janeiro) e Sebrae. É autora dos livros “O SIMPLES e outros benefícios legais para a pequena empresa” (Freitas Bastos Editora, 2006) e “Curso prático do SIMPLES nacional” (E-Papers, 2001). Co-autora do livro “Economia da Cultura: contribuições para a construção do campo e histórico da gestão de organizações culturais no Brasil” (Ciência Moderna, 2011).

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Publicado

2014-04-01

Como Citar

Machado Neto, M. M., & Ferreira, L. A. (2014). Antes da Economia Criativa vem a Economia da Cultura: a arte, brasileira, de colocar o carro à frente dos bois. PragMATIZES - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura, (6), 157-183. https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v0i6.10379

Edição

Seção

Artigos (em Fluxo Contínuo)