Tambor sem fronteiras
ressonâncias da presença do candombe afro-uruguaio no sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v12i22.51358Palavras-chave:
Candombe afro-uruguaio, tambores, fronteira, coletivos culturaisResumo
O artigo narra a trajetória de criação de um coletivo musical de candombe afro-uruguaio no sul do Brasil, na região da campanha, fronteira com o Uruguai. A iniciativa está vinculada ao projeto Tambor Sem Fronteiras, coordenado por brasileiros integrantes do Ponto de Cultura Pampa Sem Fronteiras, da cidade de Bagé (RS), dentre os quais se inclui o autor do presente texto. Trata-se de uma ação transfronteiriça de integração e intercâmbio entre grupos culturais do Brasil e Uruguai, objetivando a difusão da prática musical do candombe no lado brasileiro da fronteira. As ações sociais, artísticas e culturais do coletivo de tamborileiros e tamborileiras confluíram para a formação de um corredor cultural de faixa de fronteira (ou uma rota dos tambores) fundamentado no aprendizado rítmico e na convivência com comparsas de candombe do interior do Uruguai. O texto apresenta, pois, uma discussão a respeito dos efeitos, afectos e controvérsias geradas pelo trânsito dos tambores piano, chico e repique para além das fronteiras geográficas. Ao seguirem a rota traçada pelos tambores, os agentes culturais fronteiriços costuram histórias comuns entre as culturas afro-brasileiras e afro-uruguaias, muitas vezes percebidas como independentes e separadas por limites nacionais, bem como propõem outras formas de ocupação do espaço público da rua, ancoradas na presença ressonante e afectante dos tambores de candombe.
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