Quase brancos quase pretos de tão pobres? Nacionalidade, raça e os brasileiros na Missão das Nações Unidas de Estabilização do Haiti
DOI:
https://doi.org/10.15175/1984-2503-202416302Palavras-chave:
Brasil, Haiti, MINUSTAH, Forças Armadas, nacionalidade, raçaResumo
Baseada em entrevistas semidiretivas com capacetes azuis brasileiros que participaram da MINUSTAH (Mission de Nations Unies pour la Stabilisation en Haïti) e observação direta em Porto Príncipe, o artigo busca analisar as formas pelas quais os militares brasileiros mobilizam categorias nacionais para aplicá-las aos contextos de operação de paz, e de que forma eles fazem existir a nacionalidade ao se servirem de elementos da “brasilidade” para justificar sua ação. A “brasilidade” é o que oferece referências e inteligibilidade que permite aos atores políticos explicarem por que e como eles fazem o que fazem. Ao fazerem isso, eles dão força e mantém vivas certas ideias sobre a nação e sobre a nacionalidade. Ao contrário de uma parte da literatura sobre o tema, eu proponho que o discurso sobre um “sucesso brasileiro” na missão da ONU está ligado a uma forma particular de “colonialismo do poder”. O artigo é estruturado em duas partes: a primeira oferece uma breve explicação da MINUSTAH e do que foi o engajamento brasileiro na missão, sobretudo a partir do ponto de vista de decisores. A segunda apresenta os resultados do meu trabalho de campo, analisando como os militares brasileiros entrevistados demonstram compreender a missão e os haitianos a partir de lógicas coloniais que estabelecem divisões raciais dentro do território nacional e entre brasileiros.
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Referências
Fonte
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