A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e suas engrenagens biopolíticas: o uso do conceito de gênero como regime de luzes

Autores

  • Maria Juracy Toneli Universidade Federal de Santa Catarina
  • Rita Flores Müller Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

política nacional de atenção integral à saúde do homem, gênero, biopolítica.

Resumo

O artigo analisa a produção de homens e mulheres na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem do governo brasileiro Foram analisados os documentos “Princípios e diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem”, “Princípios e diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher”; e entrevistas realizadas com gestores federais da Área Técnica de Saúde do Homem em sua primeira composição e da Área Técnica de Saúde da Mulher. A análise do discurso a partir de Michel Foucault permitiu lidar com o corpus em suas condições de produção mediante um gesto analítico-descritivo de manejo dos enunciados dispersos. O argumento central é o de que a Política de saúde analisada tem um “gênero” como uma rede discursiva que produz os sujeitos referências de sua inteligibilidade. Destacam-se na análise a emergência do sujeito feminino do cuidado, representada pela mulher-mãe higiênica e mulher-sujeito; e do homem como sujeito de direitos à saúde sob o signo da novidade de seu nascimento. O diálogo com Judith Butler e Jacques Derrida é um dos eixos teóricos propiciadores da análise das questões que edificam o artigo, além do que o próprio título procura igualmente evidenciar, a saber, as engrenagens biopolíticas que movimentam a Política em questão.

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Biografia do Autor

Maria Juracy Toneli, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1979), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (1988), doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (1997). Realizou pós-doutorado pela Psicologia Social na UFMG (2009) e na Universidade do Minho/Portugal (2009-2010). Professora titular do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Foi coordenadora do PPGP/UFSC (2000-2004), membro da Comissão de Planejamento e Gerência PROF/Capes/UFSC (2000-2004), secretária executiva da ANPEPP (2004-2006), membro da Comissão Qualis da área da Psicologia representando a ANPEPP (2004-2006), membro da avaliação de programas da área da Psicologia na Capes (2005-2007), diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC (2004-2008), editora associada da revista Psicologia & Sociedade (2010-2011) da ABRAPSO, da qual é membro. Foi membro do CA de Psicologia e Serviço Social do CNPq, do qual foi coordenadora no período de agosto de 2013 a agosto de 2014. Tem experiência na área da Psicologia, ênfase em Psicologia Social e Institucional, com interesse principalmente nos seguintes temas: gênero e feminismo, masculinidades, saúde sexual e reprodutiva, diversidade e direitos sexuais, violência de gênero, travestilidades.

Rita Flores Müller, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Bolsista de pós-doutorado Júnior pelo CNPq/UFRJ. Doutora em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012-UFRJ). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008-UFSC). Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Integrante do grupo de Pesquisa EPOS: violência, subjetivações e juventude. Integrante de grupo de pesquisa Traumas e Catástrofes (Université Paris-Diderot/ UFRJ). Membro do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos do Rio de Janeiro (EBEP/RJ).

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Publicado

2015-11-25

Como Citar

TONELI, M. J.; MÜLLER, R. F. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e suas engrenagens biopolíticas: o uso do conceito de gênero como regime de luzes. Fractal: Revista de Psicologia, v. 27, n. 3, p. 195-202, 25 nov. 2015.

Edição

Seção

Políticas sexuais e de gênero no contemporâneo