AS MÚLTIPLAS LEITURAS DA METÁFORA NO TEXTO LITERÁRIO: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR PROTAGONISTA E REFLEXIVO

Autores

  • Ariane Mieco Sugayama Pontifícia Universidade Católica de SP.

DOI:

https://doi.org/10.22409/cadletrasuff.2016n52a102

Palavras-chave:

letramento literário, Pensar Alto em Grupo, metáfora.

Resumo

Em busca de uma formação do leitor literário mais protagonista e reflexivo, este artigo analisa as múltiplas leituras da metáfora do poema ‘Rosa”, de Cecília Meireles, geradas na prática de leitura dialógica e colaborativa Pensar Alto em Grupo, no que se refere à coconstrução e à negociação dos sentidos. Pretende-se, ainda, investigar de que maneira as metáforas conceptuais participaram do processo de compreensão das metáforas poéticas.

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Biografia do Autor

Ariane Mieco Sugayama, Pontifícia Universidade Católica de SP.

Possui graduação na Faculdade de Letras Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2006), atuando principalmente na área da linguagem e educação/cultura. É Mestre e Doutoranda em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL) pela PUC/SP, sob orientação da Profa. Dra. Mara Sophia Zanotto. Investigou em seu Mestrado questões referentes ao letramento e à mediação de leitura literária. Foi bolsista CNPq. Atualmente, em sua pesquisa de Doutorado, investiga questões referentes às múltiplas leituras da metáfora e ao letramento literário. É bolsista CAPES.

Referências

‘Essa concepção de leitura permite todas as deturpações [...] a análise de elementos discretos seria o caminho para se chegar a uma leitura autorizada, a contribuição do aluno e sua experiência é dispensável, e a leitura torna-se avaliação do grau de proximidade ou distância entre a leitura do aluno e a interpretação ‘autorizada”. Kleiman (2002, p.23)

‘será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como processos de busca” (FREIRE, 1987, p.58)

"Assim propus que pensassem em grupo e resolvessem colaborativamente o enigma proposto pelas metáforas. Por essa razão, a técnica passou a se chamar “Pensar Alto em Grupo’ (1992,1995), que logo mostrou resultados melhores para pesquisa e para os participantes, que saíam da vivência com uma imagem mais positiva de si mesmos como leitores". Zanotto (2014a, p. 197)

Zanotto (2007, p. 102) ‘uma prática social de leitura, na qual os leitores, numa interação face a face, partilham, negociam, constroem e avaliam os diferentes sentidos (ZANOTTO, 1997, p.3). Em outras palavras, eles socializam os diferentes sentidos”

‘saber ouvir, legitimar essa voz, muitas vezes ampliando-a para o grupo (O´Connor & Michaels, 1996; Vieira, 1999), assim como [...] saber orquestrar as vozes dos participantes, mediar a construção das leituras e possibilitar que os alunos sejam mediadores uns para os outros” (ZANOTTO, 2014a, p.216)

Bakhtin/Volochinov (2010, p. 116) ‘A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações”

‘é como uma faísca elétrica que só se produz quando há contato dos dois pólos opostos [...] Só a corrente da comunicação verbal fornece à palavra a luz da significação” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2010, p.137).

‘A cada palavra da enunciação que estamos em processo de compreender, fazemos corresponder uma série de palavras nossas, formando uma réplica. Quanto mais numerosas e substanciais forem, mais profunda e real é a nossa compreensão” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2010).

Para Street (1993, p. 9 apud Magalhães, 2012, p. 29) a ideologia é ‘o local de tensão entre a autoridade e o poder, de um lado, e a resistência e a criatividade, do outro”.

Jouve (2012, p. 91) ‘entender uma obra de arte é, então, examinar as complexas relações entre o que é mostrado e o modo com que se mostra”

‘une razão e imaginação, isto é, uma racionalidade imaginativa, essencial tanto para a ciência como para a literatura” (ZANOTTO et all, 2002, p. 22)

Zanotto e Palma (1998: 168) como ‘[...] uma operação cognitiva fundamental, constitutiva da linguagem e do pensamento”

(LAKOFF, 1986 apud ZANOTTO, 2002: 24): ‘Veja a que ponto chegamos. Agora não podemos voltar atrás. Nós estamos numa encruzilhada. Nossa relação não vai chegar a lugar nenhum”

"Grandes poetas podem nos comunicar, porque eles usam os modos de pensamento que todos nós possuímos. Usando as capacidades que compartilhamos, os poetas podem iluminar nossa experiência, explorar as consequências de nossas crenças, desafiar os modos que nós pensamos, e criticar nossas ideologias. Para entender a natureza e o valor da criatividade poética nos é necessário compreender os modos que nós pensamos cotidianamente"(LAKOFF, TURNER, 1989, p. xi - xii)

‘[...] pessoas são vistas como plantas em relação ao ciclo da vida – mais precisamente, elas são vistas como aquela parte da planta que floresce e então murcha ou declina, tais como folhas, flores, e fruto, embora às vezes a planta toda é vista como florescendo ou declinando [...]Lakoff & Turner (1989, p. 6)

‘Nós descrevemos pessoas como ‘fazendo seus caminhos na vida”. Pessoas se preocupam se ‘estão chegando a algum lugar” em suas vidas, e sobre ‘dar uma direção a suas vidas”. Pessoas que ‘sabem aonde elas estão indo na vida” são geralmente admiradas”Lakoff & Turner (1989, p. 3)

Fiorin (2011, p.32) ‘A interdiscursividade é o processo em que se incorporam percursos temáticos e/ou percursos figurativos, temas e/ou figuras de um discurso em outro”

Lakoff & Turner (1989, p. 72): ‘Personificação nos permite usar nosso conhecimento sobre nós mesmos com um máximo de efeito, usando insights sobre nós mesmo para nos ajudar a compreender tais coisas como forças da natureza, eventos comuns, conceitos abstratos e objetos inanimados”

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Publicado

2016-07-09

Como Citar

SUGAYAMA, A. M. AS MÚLTIPLAS LEITURAS DA METÁFORA NO TEXTO LITERÁRIO: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR PROTAGONISTA E REFLEXIVO. Cadernos de Letras da UFF, v. 26, n. 52, 9 jul. 2016.